Recusamos a Imposição de Traduções por
EQUIVALÊNCIA DINÂMICA



         A equivalência dinâmica tem sido popularizada em versões, como a Living Bible (a Bíblia Viva) e a Good News for Modern Men  (A Today’s English Version e a Nova Tradução na Linguagem de Hoje) [A NVI - Nova Versão Internacional - é equivalência dinâmica; a Almeida Revista e Atualizada (ARA) também o é].

         O uso da equivalência dinâmica é um erro muito grave.  Este método de tradução tenta fazer com que as Escrituras se adaptem ao nível de leitura e compreensão cultural das pessoas para as quais a tradução está sendo preparada, e curiosas liberdades são tomadas na obra de tradução, a fim de se atingir este objetivo.

         Se, por exemplo, a Bíblia está sendo traduzida para um povo, cujo nível médio de leitura é o 4º. grau, a tradução será feita pelo nível do 4º. grau. Visto como as pessoas para quem as sociedades bíblicas estão fazendo traduções não são altamente letradas, via de regra, suas versões são sempre objetivadas a níveis lingüísticos não superiores ao 4º. grau.

         O problema com isto é que a Bíblia não foi escrita para pessoas do 4º. grau! Conquanto, partes da Bíblia sejam muito simples e possam ser compreendidas por uma criancinha ou um leitor novo, é igualmente verdade que grande parte da mesma é muito difícil. Se a Bíblia for forçada ao nível do 4º. grau de linguagem, ela deve, necessariamente, se tornar pervertida e enfraquecida. Ela deixa de ser  o que Deus entregou pelo Espírito Santo, através de homens santos da antiguidade. Ela deixa de ser a pura Palavra de  Deus. Se alguém conseguir fazer a leitura da Bíblia igual à de um livro de estórias bíblicas, já conseguiu corromper a Palavra de  Deus e é exatamente isto que têm feito os que usam os  métodos de linguagem translacional. Isto é errado. A responsabilidade mais importante de um tradutor é com o Deus cujo Livro ele está traduzindo e esta responsabilidade é reproduzir o Livro na linguagem receptora, tão exatamente como for possível, conforme foi dada no texto original - sem adição, nem subtração; sem enfraquecer; sem simplificar o que Deus não simplificou; sem parafrasear - sem mudança alguma!

         Deixem-me enfatizar que não me refiro a uma literalidade tão rígida que fica muito não natural, tal como uma tradução interlinear. Refiro-me a um decisivo compromisso  com o verdadeiro conteúdo do texto bíblico.

         A BKJ (e a Almeida Corrigida Fiel da Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil) é uma tradução literal, porém não rígida. Ela não é pomposa. Os proponentes da equivalência dinâmica muitas vezes tentam contrastar o seu método de tradução com o de uma literalidade pomposa. Esta não é uma boa comparação. Registramos ambos os métodos como sendo impróprios.

 

DÊEM-NOS UMA TRADUÇÃO EXATA, A QUAL DÊ HONRA A CADA PALAVRA DO TEXTO ORIGINAL


        As traduções feitas pela equivalência dinâmica estão repletas de mudanças inaceitáveis no texto original. Se as pessoas para quem a tradução está sendo produzida não conhecem a neve, Isaías 1:8 não dirá que os seus pecados ficarão “brancos como a neve”, mas “brancos como a polpa do coco”, ou “brancos como a areia”.

         Se as pessoas para quem a tradução está sendo feita não conhecem uma pomba, as  passagens da Escritura que mencionam a pomba serão mudadas para um tipo de ave indígena, em vez de pomba. Isto foi feito na tradução na qual Wycliffe esteve envolvido, numa ilha do Pacífico Sul. O tradutor de Wycliffe foi designado para o projeto, a fim de aconselhar a construção da linguagem e a ortografia. Vejamos o registro de uma das mudanças feitas, embasadas na linguagem comum ou na filosofia da equivalência dinâmica:

         “Existem alguns interessantes problemas de tradução... (os ulitianos os têm) nenhuma palavra para pomba - o símbolo do Espírito de Deus, durante o batismo de Jesus, segundo Marcos 1:10 - de modo que decidimos usar o nome de um pássaro local chamado “gigi”. Isto é aceitável porque ele é branco - um sinal de pureza – e é não agressivo - uma característica da humildade.”  (Word in Action, British & Foreign Bible Society, number 53, 1987, p. 3).

        Quem deu a esses homens o direito de substituir a pomba pelo gigi? Deus criou os dois pássaros e, obviamente, Ele conhece todas as características deles. Com tantas aves domésticas  para se escolher, embora não necessariamente as únicas, por que Deus usou a pomba na Escritura, para descrever o Espírito Santo? Não conhecemos todas as Suas razões. A cor da pomba e o seu caráter não agressivo são provavelmente duas razões, porém não necessariamente as únicas. Será que a ave gigi é uma substituta adequada para a pomba de Marcos 1:10? Somente Deus sabe o que Ele disse. Se Ele disse pomba, por que, então, devemos mudá-la?  João não viu o Espírito Santo descendo sobre Jesus na forma de uma gigi, mas de uma pomba, de modo que os tradutores da Bíblia na língua do Pacífico Sul traduziram uma mentira.

         Além disso, deveria haver coisas sobre a ave gigi que são desconhecidas aos tradutores envolvidos, que poderiam tornar a tradução inapropriada. Como vamos saber? Este é o tipo de problema que surge, quando os homens usam o método da equivalência dinâmica e mudam a Bíblia, a fim de adaptá-la às diversas culturas e níveis literários. Estou convencido de que os homens não têm autoridade para fazer tais mudanças na Palavra de Deus.

         Não é errado os tradutores acrescentarem notas de rodapé e comentários às suas traduções, explicando o significado de determinados termos. Dicionários e comentários  muitas vezes têm seguido a obra de tradução da Bíblia. Mas o tradutor não tem obrigação de ser um professor da Bíblia. Ele deve traduzi-la com exatidão, enquanto o professor toma o texto traduzido com exatidão e ensina a partir do mesmo. O trabalho do professor da Bíblia é explicar os termos. Mas, quando a equivalência dinâmica já fez o seu trabalho destrutivo, não mais existe um texto puro para ser ensinado.

 

A TRADUÇÃO DA BÍBLIA É UM ASSUNTO SÉRIO


         Meus amigos, eu insisto em que se a Bíblia não pode ser traduzida da maneira em que Deus no-la entregou, seria melhor deixá-la de lado. E por que? A Palavra de Deus contém admoestações sobre esta interferência, conforme Provérbios 30:5-6: “Confia no SENHOR de todo o teu coração, e não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, e ele endireitará as tuas veredas”.  A Palavra de Deus é santa. Ela não é algo com que se faça uma experiência.  Eu não tocaria  o método da linguagem comum de tradução da Bíblia nem [mesmo tomando a precaução de ficar à distância e] usando uma vara com dez pés de comprimento, e admoestaria os que estão envolvidos em tais projetos a fazerem o mesmo.  O povo do mundo necessita da Bíblia, mas de Bíblias puras! As admoestações divinas sobre os que interferem na Palavra de Deus são muito sérias: “Porque eu testifico a todo aquele que ouvir as palavras da profecia deste livro que, se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus fará vir sobre ele as pragas que estão escritas neste livro; e, se alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte do livro da vida, e da cidade santa, e das coisas que estão escritas neste livro”. [N.T. - Certa vez,  quando eu tentava evangelizar dois mórmons, citei estes dois versos, ao que um deles replicou: “Ora, esta admoestação se refere apenas ao Livro do Apocalipse, não à Bíblia toda!”. Não é curioso que eles usem este sofisma?]

         Alguns iriam dizer: “Bem, estamos falando apenas da diferença entre duas aves ou entre a neve e a polpa do coco”. Nada disso! É a diferença entre a pura e preservada Palavra de Deus e a corrupção da mesma. Consideremos alguns outros exemplos de como Wycliffe mudou a Palavra de Deus, para conformá-la à sua cultura. Estes exemplos são dados por Ross Hodson, da Bibles International, anteriormente com Wycliffe:

         Numa tradução para os esquimós do Alasca, a palavra “lamb” (cordeiro) foi substituída por “filhote de foca”.

         Na tradução da língua makusi do Brasil (?), “filho do homem” foi substituída por “irmão mais velho”.

         Em outra tradução Wycliffe, “figueira” foi substituída por “bananeira”.

        Achamos isto errado. Quando alguém se afasta do princípio de uma tradução literal, a mente do tradutor, a cultura e a compreensão do povo se tornam autoridades, em vez das verdadeiras palavras das Escrituras.

         Novamente, não estou falando de uma rígida literalidade, mas de um firme compromisso com as palavras do texto legítimo.

        Consideremos mais alguns exemplos de como o método da equivalência dinâmica resulta na corrupção da Escritura. Estes exemplos são dados na Tradução da Palavra de Deus  de John Beekman e John Callow, tradutores da Wycliffe Bible:


Mateus 8:20 - “raposas” foi traduzido como “coiotes”, na língua Mazahua do México.

Marcos 4:21 - “no velador” (candelabro) foi traduzido como “sobre um tambor de guardar cereais”.

Lucas 9:62 - “arado” foi traduzido como “enxada”, na língua do Caribe (América Central).

Lucas 12:24 - “celeiro” foi traduzido como “balaio”, na vila Alta Zapotec, do México.

Mateus 20:22 - “cálice” foi traduzido como “panela”, em Capainala Zoque , do México

Mateus 10:34 - “uma espada” foi traduzido como “haverá dissensões entre as pessoas”, na língua Mazahua do México.

Atos 22:22 - “Tira da terra um tal homem” foi traduzido como ”mata ele”, na língua Otomi do México.

        A partir destes exemplos, podemos ver  quão alienada a equivalência dinâmica se encontra do texto original. Este método permite aos tradutores a estranha liberdade de mudar, deletar e acrescentar [o que imaginam ser mais compreensível] à Palavra de Deus, a tal extremo que ela já não mais pode ser chamada “a Palavra de Deus”.

         Não vou me alongar em detalhes sobre os erros da equivalência dinâmica. Os que estão familiarizados com a Today’s English Version (Tradução na Linguagem de Hoje) deveriam entender que este método de tradução não pode ser uma tradução exata da Bíblia. Para os  não familiarizados com esta versão ou para os que desejam mais informações sobre este assunto, nós os convidamos a pedir um catálogo da Way of Life Literature. Particularmente, chamaríamos sua atenção para o livro “Dinamic Equivalency: Death Knell of Pure Scripture”. Trata-se de um estudo sobre o método e a influência da obra de tradução da linguagem comum.

Excerto adaptado do texto “Wycliffe Bible Translators: Whither Bound?”, de David Cloud.

 

Traduzido por Mary Schultze - www.maryschultze.com – 31/07/2010.


 





Todas as citações bíblicas são da ACF (Almeida Corrigida Fiel, da SBTB). As ACF e ARC (ARC idealmente até 1894, no máximo até a edição IBB-1948, não a SBB-1995) são as únicas Bíblias impressas que o crente deve usar, pois são boas herdeiras da Bíblia da Reforma (Almeida 1681/1753), fielmente traduzida somente da Palavra de Deus infalivelmente preservada (e finalmente impressa, na Reforma, como o Textus Receptus).



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