Igreja Emergente – Um Ímã Para Os Rebeldes


David Cloud


 

A igreja emergente é um ímã para os que têm rejeitado a “antiquada” fé do Novo Testamento e desprezam as igrejas bíblicas tradicionais, as pregações bíblicas dogmáticas e o “julgamentalismo” bíblico em relação às escolhas do estilo de vida. Muitos dos livros que tenho lido de líderes emergentes o admitem.

Por exemplo, Donald Miller, no Blue Like Jazz,  conta como ele recusou-se a ficar restrito ao ensino das igrejas do tipo tradicional. Ele queria continuar bebendo cerveja, assistindo a filmes duvidosos, falando coisas profanas e se misturando com ateus e outros rebeldes.   Ao discutir o seu envolvimento com isso, na juventude, ele diz “Eu gostaria de ter-me resumido a alguns aspectos do Cristianismo, mas não a todos” (p. 30). Ele se queixa: “Para crer no Cristianismo eu precisava reduzir-me a enormes absurdos teológicos como as histórias infantis, ou então ignorá-los”. (p. 31). Ele queria acreditar num evangelho “livre de um vislumbre de contos infantis” (p. 35). Em outras palavras, ele queria apanhar e escolher as partes da Bíblia, nas quais desejaria acreditar. Ele desprezava a pregação bíblica dogmática  e detestava, “quando os pregadores diziam que precisamos seguir Jesus, porque algumas vezes eles pareciam apresentá-lo irado” (p. 34).

De fato, Jesus se irou algumas vezes, até mesmo na Sua encarnação, conforme lemos em Marcos 3:5: e vai se irar, no futuro, quando a ira do Cordeiro for derramada sobre a humanidade incrédula, conforme lemos no Apocalipse e em muitas outras partes da Escritura!

Quando Miller resolveu frequentar uma universidade secular em Portland, Oregon,  onde a maioria dos estudantes era constituída de ateus e agnósticos, os quais usavam drogas, abertamente, fornicavam e até andavam nus, nos arredores da escola, um cristão se sentou com ele e o advertiu que Deus não queria que ele ali permanecesse. Este foi um bom conselho bíblico, segundo  2 Corintios 6:14-17; Efésios 5:11; 2 Timóteo  3:5; Tiago 4:4; e 1 João 2:15-17. Porém, Miller ignorou a admoestação, achando que aquela atmosfera seria uma experiência libertadora.   

Ele escreve: “O primeiro dia na escola foi hilariante, melhor do que a escola secundária. As palestras [dadas pelos professores] eram vazias e todo podiam usar palavrões, abertamente” (p. 38). “Depois de passar um tempo usando drogas, os hippies ateus moravam em tendas- barracas”, disse ele.  “Eu havia descoberto a vida fora da igreja e gostei daquilo. Como eu diria, ‘preferi esta’”. (p. 210).

Em um evento da assinatura de um livro, um leitor mostrou-se entusiasmado com o livro Blue Like Jazz de Miller, porque este se assemelhava a um livro cristão, “fazendo com que os leitores se sentissem à vontade”. (“A Better Storyteller,” Christianity Today, Junho 2007). Outra leitora  disse: “Já comprei o Blue Like Jazz 13 vezes. Mas foi para dar de presente às pessoas. Sou uma jovem de Jesus, mas também gosto de sair e beber alguns goles de tequila com meus amigos. Por isso,este é um livro que eu posso dar aos meus amigos.”

Alguns membros da “Spirit Garage” encontraram-se em um bar irlandês, na parte baixa da cidade de Minneapolis, no encontro semanal de quarta-feira, no Theology Pub, numa mistura de discussão bíblica e cerveja. Lindsey Gice, membro do “Spirit Garage”, conta, quando veio à tona o assunto sobre Cristianismo:  “Sempre me sinto como se devesse qualificá-lo que não sendo aquele tipo de cristão, pois frequento uma igreja fria" (“Hip New Churches Pray to a Different Drummer,” New York Times, Fevereiro. 18, 2004). Gice disse que abandonou a igreja, após ter ingressado na escola secundária, porque a igreja era muito “julgamental.”

O livro de Brian McLaren - A New Kind of Christian - conta a estória de um pastor que rejeita a Bíblia, numa crise de fé, e passa a seguir a orientação de um modernista.  O livro reconta a estória da jornada do tal homem desde uma fé que [aparentemente] tinha razoável solidez como o modelo da verdade (fé na qual uma doutrina está certa ou errada, é escriturística ou não), para uma plausível posição filosófica, na qual a fé é mais sobre um estilo de vida do que um sistema de crenças, onde ser autenticamente bom é mais importante do que viver uma doutrina correta”. (da contra-capa do livro  New Kind of Christian).

Na Renegade’s Guide to God, David Foster zomba dos “Bible thumpers” e exige um “renegado” tipo de cristão que“rejeite ser chamado [de cristão], se revolte ao ser envergonhado e se rebele contra ser domado” (p. 8). Ele diz:  “Não queremos escutar sobre o que devemos fazer, nem como devemos nos comportar” (p. 10).

Nanette Sawyer, em seu capítulo sobre An Emergent Manifesto of Hope , começa descrevendo sua “explícita rejeição ao Cristianismo”. (p. 43). Ela rejeita a divisão de pessoas em categorias de salvos e não salvos. Ela rejeita a restrição a mulheres exercerem liderança da igreja. Ela renunciou às doutrinas  de que o homem é “inerentemente mau” e de que precisa julgar-se um pecador. Ela se queixa de que “isso não tem deixado margem alguma para questões, dúvidas, ou crescimento na fé”.

No testemunho de Anna Dodridge de Bournemouth, Inglaterra, o qual consta no livro “Emerging Churches", de Eddie Gibbs and Ryan Bolger, ela  descreve como cresceu em um lar cristão, mas apaixonou-se pelo mundo e se envolveu, profundamente, na cultura dos clubes, a qual inclui danças, toda noite, e o uso de drogas nas festas. Seus interesses eram “beber e beijar os rapazes”  (p. 262).  Ela se cansou das igrejas porque estas “recusavam-se a apoiá-la”  e “não podiam enxergar como era possível eu gostar de ir a night clubs, ensinando que era uma desgraça que estava sendo encorajada na cultura”.  Como resultado, ela saiu para Ibiza, Espanha, por algumas semanas (um chamariz de frequentadores noturnos em toda a Europa). Ela e outros que apoiam a filosofia da igreja emergente estão “saturados da orientação restritiva da igreja tradicional”.   (p. 264).

A membresia da congregação da igreja emergente chamada  “Revive”, em  Leeds, Inglaterra, é “constituída, na maioria, de pessoas que não se adaptaram à igreja ‘regular’, achando que as pessoas ali eram muito cínicas, radicais e rebeldes.”  (Emerging Church, p. 273).

Jonny Baker de Grace, em Londres, Inglaterra, diz: “Certa vez fizemos um culto chamado ‘Estamos certos; sigam-nos’, o qual explorou o desconforto  que todos nós sentimos, com aquele tipo de evangelismo antiquado e arrogante” (Emerging Church, p. 123).

Donald McCullough queixa-se contra os que fazem “pronunciamentos arrogantes” sobre Deus  e se engajam na “batalha doutrinária” , ansiosos por condenar os outros ao inferno” (If Grace Is So Amazing, Why Don’t We Like It? p. 25). Ele se opõe aos pregadores que abusam do imperativo “faça isso” , em vez de anunciarem a boa nova de que“Deus fez isso”  [(p. 78). Ele não gosta do tipo de pregadores que dizem “... não faça isso, controle o seu apetite e sacrifique-se”. (p. 104). Ele afirma que a graça significa: “devemos ficar tranquilos em nossa humanidade” (p 141).

Estas pessoas são rebeldes contra os  claros ensinos da Bíblia e como um ímã [atraindo] para rebelião, a igreja emergente mantém uma ampla atração nestes últimos tempos, conforme  foi profetizado nas Escrituras.   “Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências” E desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas”.  (2 Timóteo 4:3-4).

Esta profecia descreve uma grande apostasia contra a verdade, entre os cristãos professos.   Ela diz que eles rejeitarão  o saudável ensino da Bíblia e desejarão um novo tipo de Cristianismo, o qual lhes permita viver conforme a sua lascívia.   Este é um tipo estranho de Cristianismo, cujo cumprimento estamos vendo diante dos nossos olhos. A profecia diz que haverá uma porção de mestres que darão ao povo este novo tipo de Cristianismo, exatamente conforme estamos vendo agora. As livrarias cristãs estão repletas de livros e a Internet lotada  de artigos e blogs cristãos, a maioria deste material não contém uma pregação correta da Palavra de Deus, a qual provoque  censuras, e exorte os cristãos a um viver conforme Deus ensina (2 Timóteo 4:2). Em vez disso, estão repletos de doutrinas que dão coceiras nos ouvidos dos que rejeitaram a Bíblia.   Estão repletos de novidades, de psicologia, de auto-estima, de exalação do ego, de amizade com o mundo, de heresias, de questionamentos, de dúvidas, de amizades ilícitas (por exemplo, dos evangélicos com a espiritualidade contemplativa), contra o falsamente chamado “legalismo” e, contos da carochinha, romances de ficção, história reconstruída fascinação pelos hereges antigos, falsamente chamados “pais da igreja”, e muitas outras coisas. O [Neo-] Evangelicalismo dos anos 1950 foi uma rebelião contra o estrito Cristianismo bíblico, e a igreja emergente é simplesmente um passo a mais, nesta horrenda direção.

A rebelião é um produto natural da nossa natureza decaída.  O velho homem, conforme  é chamado na Escritura, herdou, na queda de Adão, a sua inimizada contra Deus e a Sua Palavra. O verdadeiro Cristianismo exige  um novo nascimento. Não existe uma “segunda geração” de cristãos, no sentido bíblico.  Desse modo, cada pessoa que cresce em um lar cristão  deve aceitar o evangelho por si mesma, e, por causa do diabo e da habitação da inerente natureza decaída,  existe uma batalha espiritual que precisa ser vencida.  Encarei esta batalha na juventude.  Cresci numa igreja crente na Bíblia e bíblica, e me dispus a receber Cristo e a me juntar à igreja, mas queria seguir o meu próprio caminho, mais do que seguir a Cristo.   Então, rejeitei a Bíblia e me extraviei no mundo, tendo sido convertido somente aos 23 anos. A filosofia da igreja emergente, sem dúvida, teria apelado à minha condição rebelde de não salvo.  

Por causa desta incessante batalha, que ruge em cada geração,  a rebelião que faz parte da filosofia da igreja emergente é muito apelativa a uma ampla parcela de pessoas.




 

David Cloud – “The Emerging Church”.

Way of Life Literature’s Fundamental Baptist Information Service.






Somente use Bíblias traduzidas do Texto Tradicional (aquele perfeitamente preservado por Deus em ininterrupto uso por fieis): BKJ-1611 ou LTT (Bíblia Literal do Texto Tradicional, com notas para estudo) na bvloja.com.br. Ou ACF, da SBTB.