O Dispensacionalismo: [Não Há Problema Nenhum Em A Segunda Vinda Ter Etapas]


Sitri Silas




Estes que fazem argumentações baseados em falácias do espantalho e demonstram parco conhecimento, não só bíblico, mas da hermenêutica dispensacionalista, resolvi fazer este artigo  para demonstrar a fragilidade não só lógica como bíblica de algumas dessas inferências.

Amilenistas e pós milenistas em geral, tanto do populacho quanto alguns do mundo acadêmico, afirmam que os dispensacionalistas pré tribulacionistas creem que a Segunda Vinda de Cristo na verdade será duas ou três vindas. Em primeiro lugar você não encontrará em nenhuma literatura dispensacionalista esta afirmação, sendo apenas um apetrecho falacioso para desmerecer o sistema em si. Vamos demonstrar tanto pela lógica quanto pela exegese que este tipo de argumento está longe de ser algo que deve ser respondido, somente ridicularizado.

A Bíblia trabalha basicamente com duas vindas de Cristo, a denominada “Primeira Vinda”, isso todos cristãos, até mesmo os mais heterodoxos, concordam que foi a encarnação do Senhor, ou seja, quando Ele esteve na Terra para cumprir o propósito salvífico para a humanidade. Até aqui tudo bem. Só que nós temos um detalhe aqui: amilenistas e pós milenistas dizem que se Cristo vier nos céus para arrebatar a Igreja isso já caracteriza a consumação de uma vinda (ou seja a segunda), mas os mesmos NÃO APLICAM a mesma lógica para a Primeira Vinda de Cristo. Na Bíblia, no Antigo Testamento ocorre vários eventos os quais chamamos de Cristofanias, ou APARIÇÕES de Cristo na Terra em forma humana (Gn. 18:1-33, 32:28-30, Jz. 5:23, etc.), ou seja, já temos a aparição física de Cristo pisando na Terra, sem no entanto ser considerado “uma vinda” ou pelo menos a consumação de uma vinda. Pela lógica o fato de Cristo vir nas nuvens para arrebatar Sua Igreja é tão “consumação da vinda” ou “uma vinda” quanto as aparições que o Senhor fez no Antigo Testamento. Portanto este argumento de “mais vindas” no dispensacionalismo é falaciosos e ilógico em termos bíblicos.

Quanto a exegese também temos palavras que reforçam o argumento que “segunda vinda” pode perfeitamente compreender fases ou, no mínimo, apontar para a vinda no final da tribulação. A palavra “segunda” (deuteros) aparece na Bíblia para qualificar a volta de Cristo, esta palavra pode significar “segundo” como número, mas também pode significar: depois, de novo, subsequentemente, podendo então não exatamente ser quantitativa, mas qualitativa, isto pode ser aplicado até mesmo na palavra grega para “primeiro” (protos). Como exemplo podemos pegar o termo “segunda morte” (Ap. 20:14, 21:8), claramente o termo se refere a qualidade da morte não a ser uma segunda experiência de cessação de existência, primeiramente porque isto no levaria ao aniquilacionismo, em segundo lugar porque teríamos um sério problema com os casos de pessoas que morreram duas vezes fisicamente falando como: Lázaro (Jo. 11:14-44), Dorcas (At. 9:36-41), várias outras pessoas (Mt. 27:52). Enfim, tomar o termo “segunda vinda” como um evento quantitativo e não qualitativo desemboca em vários problemas exegéticos. Portanto este argumento de “mais vindas” no dispensacionalismo é pobre exegeticamente e igualmente falacioso.

Resumindo: o termo segunda vinda não limita, pela lógica, a quantidade de aparições de Cristo na Terra, como não limitou na Primeira Vinda.

O termo “segunda vinda” não limita, pela exegese, a quantidade de aparições de Cristo na Terra, porque a palavra pode ter significado e viés qualitativo ao invés de quantitativo.




(Sitri Silas)



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