Cuidado Com O Hiperdispensacionalismo

David Cloud

Expandido em 12 de março de 2008 - publicado pela primeira vez em 7 de fevereiro de 2002

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O que se segue é um excerto do nosso livro "How to Study the Bible." ("Como Estudar a Bíblia"). Para mais informações sobre o Dispensacionalismo, veja o artigo "Study the Bible Dispensationally." ("Estude a Bíblia Dispensacionalmente").

O "hiperdispensacionalismo" é caracterizado por fazer uma divisão agudíssima, extrema e total entre o ministério de Cristo e o dos Apóstolos, e de dividir ainda mais o ensinamento de Paulo do de Pedro e dos outros apóstolos {*}. Alguns dos professores mais conhecidos de hiper ou ultradispensacionalismo são EW Bullinger, Cornelius Stam, John O'Hair, Charles Welch, Otis Sellers, AE Knoch e Charles Baker.

Existem muitas variedades de hiperdispensacionalismo, mas as seguintes são algumas das características [mais ou menos comuns a todas elas]:

(1) [hiperdispensacionalistas dizem que] Os quatro evangelhos são [exclusiva e] inteiramente judaicos {*} e não contêm [nenhum] ensinamento direto para as igrejas locais [de hoje, que chamam de paulinas].
No entanto, o escritor de Hebreus disse que o mesmo evangelho da salvação pregado pelos apóstolos foi pregado por Cristo (Hb 2: 3-4). 3) Como *nós* escaparemos- para- fora, [se uma] tão grande salvação havendo negligenciado? A qual, um começo havendo recebido (ao ser anunciada através de o Senhor), [depois], por aqueles a havendo ouvido, a nós foi confirmada;    4) Deus testificando juntamente com [eles], tanto com sinais como por milagres e várias [espécies de] maravilhas e distribuições [de- dons] de- propriedade- de [o] Espírito Santo, segundo a vontade dEle mesmo?
{***}

Embora saibamos que Cristo [inicialmente] se apresentou [exclusivamente] à nação judaica e nós entendemos que há diferenças entre os evangelhos e as epístolas, ainda assim, em Hebreus 2, não vemos uma divisão agudíssima, extrema e total entre o evangelho pregado por Cristo e aquele pregado pelos apóstolos que O seguiram. De fato, o Evangelho de João apresenta exatamente o mesmo evangelho pregado por Paulo. Além disso, 1 Timóteo 6:3-4 mostra que Cristo [também] falou diretamente para a era da igreja.
3) Se algum- varão ensina [alguma] doutrina diferente, e ele não se achega (em concordância) às sãs palavras ([a saber,] aquelas [palavras]  de o nosso Senhor Jesus Cristo) e à doutrina [que é] segundo a dedicação- no- seguir- a- Deus,    4) Ele tem sido inflado- pela- fumaça- do- orgulho, nada sabendo, mas enfermando- delirando a respeito de questões e contendas de palavras, de dentro das quais  nascem inveja, porfia, blasfêmias, malignas suspeitas,
{***}

(2) [hiperdispensacionalistas dizem que] ... depois de Cristo ter sido rejeitado por Israel nos Evangelhos, eles receberam uma segunda chance de receber o reino na primeira parte do livro de Atos. Assim, eles ensinam que existem duas igrejas diferentes vistas no livro de Atos, e a verdadeira igreja paulina só começou depois de Atos 9, 13 ou 28. A igreja mencionada na primeira parte de Atos alegadamente se refere a uma igreja diferente daquela. das epístolas da prisão de Paulo. A primeira "igreja" em Atos é simplesmente um aspecto do reino pregado nos Evangelhos. A maior parte do livro de Atos é, portanto, descontado como uma diretriz para as igrejas de hoje.
No entanto, no final do livro de Atos ainda encontramos Paulo pregando sobre o reino (Atos 28:23).
23) E, havendo eles lhe determinado um dia, vinham muitos até ele, para dentro da [sua] pousada, aos quais ele explanava plenamente- testemunhando o reinar de Deus, também os persuadindo- a- crer as coisas concernentes a Jesus (tanto provenientes- de- junto- da Lei de Moisés como [provenientes- de- junto- d]os Profetas) desde [a] manhã até [o] fim- da- tarde.

Na verdade, ele ainda estava pregando sobre isso em suas epístolas! (2Tes 1:5; 2 Tim 4:1).
5) Clara- prova [é isto] do justo julgamento de Deus, a fim de  ser[des] vós contados [como] dignos do reinar de Deus, em benefício d[o] qual também padeceis;   

1) Portanto, [te] ordeno *eu* por pleno testemunho, diante de Deus, ([isto é] , o Senhor Jesus Cristo, Aquele [a ponto de] vindo julgar [os] que estão vivendo e [os] mortos, ao- tempo- d[a]  manifestação dEle  e do Seu reinar):

Embora possamos ver uma transição óbvia no livro de Atos, e nem tudo em Atos continua em vigor nas igrejas de hoje (por exemplo, falar em línguas e dons de sinais apostólicos), isso não significa que existem diferentes evangelhos e diferentes [naturezas, tipos perfeitos de] igrejas em várias partes de Atos. O livro de Atos é um livro sobre e para as igrejas. O padrão da primeira igreja, conforme descrito em Atos 2, é o padrão para as igrejas ao longo da era, exceto pelos aspectos temporários e únicos, relativos à vinda do Espírito Santo e aos milagres apostólicos.

(3) [hiperdispensacionalistas dizem que] Os mistérios dados a Paulo são uma revelação diferente daquela dada a Pedro e aos outros Apóstolos, e somente os escritos de Paulo são diretamente para a igreja hoje {*}. As outras epístolas, como Hebreus, Tiago, 1 e 2 Pedro, e as epístolas de João não são para nós hoje em um sentido direto {*}.
No entanto, o próprio Paulo disse que a igreja é construída apoiada sobre os "apóstoloS" no plural e não apenas sobre si mesmo (Efésios 2:20) e os mistérios foram "revelados aos seus santos apóstoloS e profetas" (Efésios 3: 5) e não para ele sozinho.
20) Havendo vós sido sobre- edificados sobre o fundamento dos apóstolos e  profetas; sendo [a] principal Pedra da esquina Jesus Cristo, Ele mesmo;   

5) O qual noutras gerações não foi manifesto aos filhos dos homens, como agora foi revelado aos Seus santos apóstolos e profetas, pelo Espírito,   

Pedro também se referiu aos escritos de Paulo e não fez distinção entre o ensino de Paulo e o ensino dos outros apóstolos (2 Pedro 3: 1-2, 15-16).
1) Esta agora, ó amados, uma segunda epístola, eu vos escrevo, em [ambas] as quais desperto as vossas mentes puras, n[a finalidade do] fazer- relembrar,    2) Para [vós outros] ser[des] relembrados das palavras anteriormente tendo sido ditas pelos santos profetas, e do mandamento de nós, os apóstolos de o Senhor (isto é, [o] Salvador);    15) E a longanimidade de o nosso Senhor como salvação estimai vós; como também o nosso amado irmão Paulo, segundo a sabedoria a ele dada, vos escreveu,    16) Como também em todas as epístolas [dele], falando nelas concernente estas coisas, entre as quais há alguns pontos difíceis- de- ser[em]- entendidos, os quais os [homens] sem instrução  e [os] inconstantes torcem, como também [torcem] as outras Escrituras, para a destruição deles mesmos .   

Pedro disse que Paulo escreveu para o mesmo povo e pregou a mesma mensagem. Embora saibamos que Paulo foi o apóstolo especial dos gentios e recebeu revelações únicas sobre a igreja como o corpo de Cristo, suas revelações de modo algum contradizem as revelações dadas nas Epístolas Gerais (Hebreus - Judas).

(4) [hiperdispensacionalistas dizem que] O evangelho pregado por Pedro no início do livro de Atos é diferente do evangelho pregado por Paulo.
No entanto, não há diferença entre o evangelho pregado por Pedro e o que Paulo pregou. Pedro pregou a salvação pelo sangue de Cristo (1Pe 1: 2), a salvação pela graciosa, gratuita misericórdia de Deus (1 Pedro 1: 3), o novo nascimento (1 Pedro 1: 3), segurança eterna por causa da ressurreição de Cristo ( 1 Pe 1: 3-4). Atos 15 afirma claramente que todos os apóstolos, incluindo Pedro e Paulo, concordaram com o evangelho. Paulo disse claramente em 1 Coríntios. 15: 11-14 que todos eles pregaram o mesmo evangelho. Mesmo em Atos 2, Pedro estava pregando o evangelho da graça de Cristo em vez de um "evangelho do reino". Ele pregou a Cristo - Sua crucificação (Atos 2:23), ressurreição (Atos 2: 24-32), ascensão e senhorio. (Atos 2: 33-36). Ele pregou que o povo deveria se arrepender e ser batizado em nome de Jesus Cristo para o perdão dos pecados (Atos 2:38). Este não é um "evangelho do reino". Além disso, Paulo declara em Gálatas 1 que todo aquele que pregou um evangelho diferente foi amaldiçoado. Se Pedro estivesse realmente pregando um evangelho diferente naqueles dias, ele teria caído nessa maldição. {***}

(5) [hiperdispensacionalistas dizem que] O batismo e a Ceia do Senhor foram dados antes de Paulo receber os mistérios da era da igreja; assim eles [batismo e ceia] não são para as igrejas hoje {**}. Os hiperdispensacionalistas diferem nesse ponto. Alguns aceitam tanto o batismo como a Ceia do Senhor; alguns rejeitam completamente o batismo na água e a Ceia do Senhor; enquanto outros rejeitam somente o batismo e guardam a Ceia do Senhor.

(6) [hiperdispensacionalistas dizem que] Existem diferentes formas de salvação no Antigo Testamento e durante a Tribulação {**}. Peter Ruckman, por exemplo, ensina que os homens foram salvos pela fé mais obras no Antigo Testamento e que eles serão salvos pela fé mais obras na Tribulação, e pelas obras sozinhas no Milênio. Em Millions Disappear: Fact or Fiction? (Milhões Desaparecem: Fato ou Ficção?) Ruckman diz: "Se o Senhor vier e você ficar para trás, então comece a trabalhar como um louco para chegar ao céu, porque você terá que fazê-lo. ... Você deve guardar os Dez Mandamentos (todos eles, Eclesiastes 12:13), manter a Regra de Ouro (1 João 3:10), dar seu dinheiro aos pobres, ser batizado, levar sua cruz, perseverar [com perfeição] até o fim da Tribulação, espere Jesus Cristo aparecer na Batalha do Armagedom, e esteja preparado para morrer pelo que você acredita. Na Tribulação você não pode ser salvo apenas pela graça, como [podia] antes do arrebatamento " {*}. De fato, Romanos 4: 1-8 afirma claramente que Abraão antes da lei, e Davi sob a lei, foram salvos pela fé sem obras {***}. 1) O que, pois, diremos Abraão (o nosso pai segundo a carne) ter alcançado?    2) Porque, se Abraão em- decorrência- de [suas] obras foi declarado justificado, [então] ele tem base- de- que- gloriar[- se]. Mas não diante de Deus.    3) Porque, o que diz a Escritura? "Creu Abraão em Deus, e isso lhe foi imputado para justiça."    4) Ora, àquele [que está] trabalhando, o salário não lhe é contado como [ser] graça, mas como [ser] dívida.    5) Àquele, porém, [que] não [está] trabalhando mas [está] crendo sobre Aquele [que está] declarando justo o ímpio, é imputada a sua fé para  justiça.    6) Assim- como também Davi declara as bem-aventuranças do homem a quem Deus imputa justiça, sem obras, [dizendo]:    7) "Bem-aventurados [são aqueles] de quem foram perdoados os desprezos às leis, e de quem foram cobertos os pecados.    8) Bem-aventurado [é o] varão a quem de modo nenhum impute [o] Senhor pecado".

Este [salvação pela graça de Deus somente, pela fé somente] é o único plano de salvação que Deus já teve e sempre terá - a salvação pela graça somente através da fé baseada apenas no sangue derramado de Jesus Cristo. Os santos do Antigo Testamento não sabiam o que o santo do Novo Testamento sabe, mas Romanos 4 deixa claro que eles foram salvos pela fé sem obras. Como Abraão, eles criam em Deus e isso foi contado para eles como justiça. Aqueles que são salvos na Tribulação também serão salvos através da fé na Palavra de Deus e pelo sangue de Jesus Cristo e somente através disto (Ap 7:14). 14) E tenho lhe dito: "Ó senhor, *tu* [o] tens sabido." E ele me disse: "Estes são aqueles que [estão] vindo para- fora- da tribulação (a grande), e lavaram- através- de- mergulho [as] suas compridas vestes (e branquearam [as] suas compridas vestes) no sangue do Cordeiro
{***}

Harry A. Ironside escreveu um livrinho útil sobre esse problema chamado Wrongly Dividing the Word of Truth: Ultra-Dispensationalism Examined in the Light of Holy Scripture. ("Dividindo Erroneamente a Palavra da Verdade: Ultradispensacionalismo Examinado à Luz da Sagrada Escritura"). Ele lida amplamente com o erro do Bullingerismo. Isso está disponível na Internet em http://www.brethrenonline.org/books/ultrad.htm . [ou https://www.wholesomewords.org/etexts/ironside/wrongly.pdf ]

Uma forma mais recente de hiperdispensacionalismo é apresentada em ONE BOOK RIGHTLY DIVIDED: THE KEY TO UNDERSTANDING THE BIBLE by Dr. Douglas Stauffer (UM LIVRO DIVIDIDO DIREITO: A CHAVE PARA A COMPREENSÃO DA BÍBLIA pelo Dr. Douglas Stauffer) (segunda edição de 1999, McCowen Mills Publishers). O ensino de Stauffer é basicamente o mesmo que o que foi promovido pelo Dr. Peter Ruckman por muitos anos, embora Stauffer não dê crédito a Ruckman. Ele menciona que recebeu "os princípios da divisão correta" de Dave Reese. Eu [David Cloud] sentei-me sob o ensino hiperdispensacionalista de Reese em um curso sobre profecia na Escola Bíblica do Templo do Tennessee em meados da década de 1970. Foi uma benção quando Reese saiu do curso, e tivemos a alegria de terminar o resto do curso sob o ensinamento sólido e proveitoso do Dr. Bruce Lackey.

O livro de Stauffer vem com recomendações de alguns pregadores batistas independentes bem conhecidos, incluindo o Evangelista Dennis Corle de Revival Fires e o J. Wendell Runion de International Baptist Outreach Missions. Em seu brilhante prefácio ao livro de Stauffer (que ele chama de "obra-prima espiritual"), William Grady diz que "este livro sem dúvida criará ondas de choque dentro de certos [grandes] 'campos' do fundamentalismo ..." Duvido que o livro crie ondas de choque dentro de quaisquer [grandes] 'campos', mas provavelmente criará ondas de choque heréticas em algumas vidas e igrejas individuais.

Embora existam muitas coisas boas no livro de Stauffer (isto é, ele tem uma excelente seção sobre arrependimento, definindo-o apropriadamente como "uma mudança de atitude mental e mental que leva a uma mudança de ações" e advertindo que "muitos pecadores curvam suas cabeças e pronunciam a 'oração do pecador' sem qualquer convicção interior ou [real] fé no [real] Senhor Jesus Cristo "), e embora ele aceite tanto o batismo como a Ceia do Senhor como ordenanças da igreja, não pode haver dúvida de que ele está ensinando uma forma de hiperdispensacionalismo. O hiperdispensacionalismo de Stauffer é mais brando do que algumas das outras abordagens, mas o ensinamento do Dr. Stauffer, no entanto, produz confusão e divisão dentro das igrejas.

De acordo com Stauffer,
Paulo é o porta-voz da era da igreja (p. 17) {*};
as epístolas gerais de Hebreus ao Apocalipse, embora contenham algumas aplicações da era da igreja, são escritas [mais particularmente] para os santos da Grande Tribulação (págs. 20 e 27) {*};
a salvação é obtida por obras durante a tribulação (p. 23) {**};
Hebreus e Tiago não ensinam segurança eterna (pp. 23, 29) {*};
Pedro não pregou o evangelho da graça de Deus (p. 26) {**};
as sete igrejas de Apocalipse 1-3 não são o corpo de Cristo (p. 29) {**};
a epístola de primeiro João ensina que a salvação é através das obras (p. 56) {**};
o livro de Atos não foi dado "para mostrar como estabelecer a igreja local ou suas funções" (p. 72) {*},
Abraão tinha que manter sua salvação através das obras (p. 175) {**}.

Stauffer até tem um capítulo alertando sobre o "hiperdispensacionalismo"! Nisso, ele convenientemente redefine o hiperdispensacionalismo para significar algo diferente do que ele mesmo ensina. Na verdade, ele cria uma variedade de hiperdispensacionalismo que não existe realmente, ou se existe, é muito raro.
Ele alega, por exemplo, que um hiperdispensacionalista real ensina que a lei é inaplicável hoje, mas na realidade, os hiperdispensacionalistas geralmente ensinam que a lei tem aplicações para a igreja.
Ele afirma que os hiperdispensacionalistas excluem algumas partes da Bíblia do estudo e da aplicação, mas os hiperdispensacionalistas tipicamente afirmam que todas as partes da Bíblia têm aplicação aos santos da era da igreja e são valiosas para o estudo.
Stauffer define o hiperdispensacionalismo como "qualquer falsa divisão intencional da Bíblia" (p. 149). Tal definição seria impossível de empregar pelo simples fato de que não podemos olhar para o coração de um homem e ver quais são suas intenções. De fato, o hiperdispensacionalismo é "qualquer divisão falsa da Bíblia", independentemente do motivo de quem está ensinando. Um hiperdispensacionalista pode ser sincero ou insincero. Isso é além do ponto [não tem nenhuma relevância]. A questão toda é se ele cria divisões nas Escrituras que não deveriam ser criadas. O livro de Stauffer faz exatamente isso. (Ele retirou a palavra "intencional" na terceira edição.)

A terceira edição expandida de Stauffer (2006) modifica ligeiramente algumas dessas coisas, mas apresenta o mesmo tipo de hiperdispensacionalismo. Ele não renuncia a nada que tenha ensinado nas edições anteriores. Para mim, seu erro principal é triplo.
Primeiro, seu erro está em atribuir ao livro de Atos e às Epístolas Gerais uma dispensação diferente da era da igreja {*}. No capítulo 16, ele divide a era do Novo Testamento em quatro dispensações - a Era da Prontidão (Mateus-João e Hebreus-Apocalipse 19), a Era da Igreja (Romanos-Filemom), a Era do Reino (Apocalipse 20) e Era da Eternidade Futura (Apocalipse 21-22). Quanto ao livro de Atos, Stauffer diz: "A igreja não deve basear sua existência ou funções no livro de Atos mais do que em um livro de história da União Soviética" (p. 72) {*}. A chamada Era da Prontidão, na qual ele agrupa as Epístolas Gerais, é uma dispensação na qual as pessoas são obrigadas a "buscar o reino e estarem sempre prontas qualquer que seja o instante em que vier" (p. 188). Stauffer afirma que esses livros não são dirigidos diretamente ao crente da era da igreja e que lê-los é como ler correspondência destinada a outra pessoa (p. 28) {*}, e que eles são escritos principalmente para o tempo da Tribulação (p. 47) {*}. Pelo contrário, as Epístolas Gerais são revelações plenamente da era da igreja {*}. A epístola de Tiago foi escrita para as igrejas nesta era atual, tão clara e completamente quanto Efésios {**}. Não há contradições doutrinárias entre as epístolas de Paulo e as epístolas gerais {**}. E o livro de Atos, embora reconheçamos seu caráter transitório e o fato de que há coisas nele de natureza temporária (por exemplo, os milagres apostólicos), ele deve ser estudado como doutrina da igreja {**}, em vez de um livro aplicado a alguma dispensação diferente.

Segundo, o erro de Stauffer está em estabelecer Paulo como o porta-voz da igreja e em contradição com Pedro e os outros apóstolos e profetas que escreveram o Novo Testamento {*}. Ele diz: "As instruções específicas de Deus para a Igreja são encontradas predominantemente nas treze epístolas em que Deus usou Paulo para escrever para a Igreja" (p. 22) [Hélio: enfatizaria: "predominantemente, mas não exclusivamente"]. Embora saibamos que Paulo ocupa um lugar único como o apóstolo dos gentios e ele recebeu algumas revelações maravilhosas da verdade da igreja, ele não foi o único apóstolo que escreveu para as igrejas, as epístolas não paulinas do Novo Testamento são tão {***} dirigidas às igrejas como as de Paulo, as revelações de Paulo não contradizem de modo algum as das epístolas gerais, e ele não pregou um evangelho diferente [do evangelho] dos outros [apóstolos e escritores do Novo Testamento].

Para mais informações sobre o caminho para a salvação em outras dispensações, ver "Salvation Is the Same in the Old Testament and the New Testament" ("A Salvação É A Mesma no Antigo Testamento e no Novo Testamento"), de Bruce Lackey e "Salvation in the O.T. and the N.T. Follow-up." ("Salvação no AT e no NT. Complemento"). Estes estão disponíveis na seção sobre versões da Bíblia, do Bible version section of the End Times Apostasy Database at the Way of Life web site. Esses artigos também estão disponíveis na Fundamental Baptist CD-ROM Library.

David Cloud


(traduzido por Hélio, jan. 2019)



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{*} Hélio crê numa versão muito moderada e parcial disso, trocando os "sempre", "todos", e "em tipo e grau e escopo totais", dos hiperdispensacionalistas, por "muitas vezes", "muitos", e "em parciais tipo e grau e escopo."

{**} Hélio NÃO crê nisso, pelo menos não crê com as mesmas palavras e no grau e modo e escopo de alguns dos piores e mais extremados hiperdispensacionalistas.

{***} Hélio discorda de David Cloud em certa natureza, grau e escopo. Sim, o hiperdispensacionalismo tem muitos erros, mas este parágrafo de Cloud não trata especificamente do assunto da diferença entre o sadio, equilibrado dispensacionalismo, e o censurável hiperdispensacionalismo a ser rejeitado, e Cloud está errado nas suas inferências, e extrapolando de um contexto para outro.