Estudo Sobre Como Dividir a Palavra, Com a Bíblia King James


A Study of the Word Divide in the King James Bible

by DJ Root                    1611kingjames@att.net




Antes de reproduzir o trabalho da irmã DJ Root, traduzido pela irmã Mary Schultze, vou inserir uma nota que escrevi como preâmbulo para o livro de Hebreus na Bíblia LTT. Faço tal inserção porque acredito que tornará ainda mais claras algumas coisas da autora com que concordo perto de 100%, outras em que não concordo tanto, e mais outras que ela não aborda. Hélio.


   Acreditamos que Hebreus foi o primeiro livro da Bíblia em que o Espírito Santo assoprou Suas palavras para Paulo escrever, em algum tempo entre 35 a 37 dC, quando passou 3 anos no deserto da Arábia (não muito depois de sua salvação), aprendendo diretamente do Cristo Gl 1:11-18.

   À objeção que Paulo foi designado por Deus para ser o apóstolo [primordialmente] para os gentios Rm 11:13; 1Tm 2:7; 2Tm 1:11 (ao passo que Pedro e os demais apóstolos continuaram o sendo [primordialmente] para os judeus Gl 2:7,8), pode ser respondido que:

1) Provavelmente foi por isso que Paulo, em Hebreus, não se assume como apóstolo (nem mesmo dá seu nome: este foi o propósito do Deus soberano);
2) “Primordialmente” não implica “única e exclusivamente, sempre e sempre, sem exceção”;
3) Deus também deu a Paulo o pregar e ensinar aos judeus At 9:15;
4) Pedro, como apóstolo [primordialmente] aos hebreus, sempre avalizou os ensinos de Paulo 2Pe 3:15-16, isto faria com que os judeus aceitassem Hebreus, mesmo na hipótese de ter sido escrito por Paulo.

   Hebreus é a primeira das denominadas “epístolas universais” (He-Ap). Estas epístolas, embora, por um lado, tenham muito ensino para os crentes da dispensação das assembleias, por outro lado (assim como grande parte da Escritura Sagrada) nem sempre se referem e aplicam primariamente a tais assembleias locais.
Portanto:

  
 A) Tudo que foi escrito por Paulo E explicitamente endereçado a uma assembleia local ou a um seu membro (isto inclui Rm- Fm e exclui He, mesmo que escrito por Paulo) aplica-se sempre (primária e direta e total e forçosamente) a nós, os salvos pertencentes à dispensação das assembleias locais. E
  
B) Todo o restante do Novo Testamento (Mt- At, He- Ap) (embora 100% inspirado verbal e plenária e inerrável e infalivelmente 2Tm 3:16; embora, mesmo que por exemplos e comparações indiretas, tendo sido escrito para o nosso ensino Rm 15:4; sendo proveitoso para doutrinar, redarguir, corrigir, e instruir 2Tm 3:16; e contendo muitas e maravilhosas aplicações para a atual dispensação das assembleias) na realidade é primariamente (ou pelo menos em algumas passagens) intencionado e direcionado para:

  
B.A) O judeu ainda do Velho Testamento (e.g., a mensagem de João, o submersor); ou
  
B.B) O grupo misto, de antes da diáspora do ano 70, de judeus (o remanescente fiel de Israel) já salvos e judeus ainda no vestíbulo da salvação (sendo atraídos pelo Cristo mas ainda ligados ao Velho Testamento e ainda não estando realmente nEle) (e.g. He 6, particularmente o v. 6). Note que, se Hebreus sempre se aplicasse 100% a nós, então estaria ensinando que nenhum crente é participante de o Cristo e que somente se tornará isto no fim desta vida e se esteve firme até então (3:14); que, se ele perdesse sua salvação, jamais poderia recebê-la de volta (6:1-6); e que, se ele pecar de propósito depois que foi salvo, então não há sacrifício que o livre de queimar eternamente no inferno (10:26-31)!!! ; ou
  
B.C) Aqueles judeus (o remanescente fiel de Israel) que serão salvos durante os 7 anos da Tribulação (e.g. Mt 24-26), ou os seus descendentes que serão salvos durante o Milênio,

e só se aplica DIRETAMENTE a nós, da dispensação das assembleias, NA MEDIDA EM QUE NÃO CONFLITE com Rm- Fm.


Em particular, o livro de Hebreus algumas vezes se aplica:

  
B) A uma situação temporária e de TRANSIÇÃO, a um grupo de JUDEUS de antes da Diáspora do ano 70, grupo este que parece ser MISTO (contraste 5:12-13 vs. 6:9-11), tendo alguns membros já salvos e pertencentes a esta dispensação, e tendo outros membros ainda no vestíbulo da salvação, isto é, ainda (pelo menos parcialmente) crendo à maneira do Velho Testamento [isto é, já sendo atraídos para o Cristo, mas ainda NÃO realmente estando nEle!]); e/ou
  
C) Àqueles judeus que serão salvos durante os 7 anos da Tribulação ou no Milênio.
  
D) William Booth, fundador do Exército da Salvação, dizia “Hebreus é uma epístola de um hebreu escrevendo para hebreus, para que eles deixem de pensar e agir como hebreus.”

Sim, “toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça;” (2Tm 3:16);
Sim, “... tudo o que dantes foi escrito, para nosso ensino foi escrito, para que pela paciência e consolação das Escrituras tenhamos esperança.” (Rm 15:4);
Sim, toda a Escritura tem sempre três aplicações: histórica, devocional e doutrinária;
Sim, nunca há problemas com a aplicação histórica e a devocional;

Mas são somente Rm - Fm que foram explicitamente escritas e sempre se aplicam total e DIRETAMENTE a nós, os crentes desta dispensação das assembleias locais.

Repitamos: são somente Rm - Fm que sempre se aplicam direta e integralmente a nós.
Portanto, sempre que há uma aparente contradição entre um verso desta parte e outro verso das demais partes da Bíblia, tudo fica fácil, trivial e imediatamente resolvido quando notamos que o versículo em Rm - Fm se aplica diretamente a nós (os crentes da dispensação das assembleias locais), e o outro a outras pessoas, de outras dispensações
.

Mais uma vez, para que não deixemos dúvidas:

tudo de toda a Bíblia que não contradiz algo de Rm - Fm se aplica a nós, mas se algum verso do restante da Bíblia aparentemente contradiz um verso de Rm - Fm, preste bem atenção e notará que não se aplica direta e totalmente a nós, os salvos desta dispensação das assembleias locais.

Citamos Humberto Rafeiro
"Toda a Escritura tem sempre três aplicações: histórica, devocional e doutrinária. Embora nunca haja problema com as duas primeiras, às vezes surge algum problema na aplicação doutrinária, quando esta é feita fora da dispensação e para o 'público alvo' a que se destina. Claro está que muitas vezes temos doutrina comum em várias dispensações e aos vários 'público alvo'. 'Não matarás' foi instituído na Lei, mas ainda hoje está em vigor, portanto esta doutrina permeia todas as dispensações subsequentes à sua instauração pela lei. Mas quando vemos choque entre doutrinas, temos que ver [distinguir] a que dispensação essa doutrina pertence."

(Muito da redação dessa nota preambular resultou de frutuoso diálogo com o irmão Victor Paço, mesmo que eventualmente não concordemos totalmente em alguns detalhes mais finos)

Passemos, agora, ao trabalho da irmã DJ Root

 



ESTUDO SOBRE COMO DIVIDIR A PALAVRA, COM A BÍBLIA KING JAMES

A Study of the Word Divide in the King James Bible

by DJ Root                    1611kingjames@att.net

 

       “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja {*} bem a palavra da verdade”. (2 Timóteo 2:15, ACF). {* “maneja bem” é “divide corretamente”, na KJB}

     
Sê diligente- no- estudo para apresentar-te a Deus aprovado, como um trabalhador que não tem de que se envergonhar, retamente- fazendo- o- corte- e- dividindo a Palavra (Escrita) da verdade. (2 Timóteo 2:15, Bíblia LTT)

      “Study to shew thyself approved unto God, a workman that needeth not to be ashamed, rightly dividing the word of truth.”
(2Timothy 2:15 KJB)

      3718 oryotomew orthotomeo é um composto de 3717 oryov orthos (que significa reto, direto, não tortuoso, como o português orto-grafia, orto-pedia) e da base de 5114 tomwterov tomoteros (que significa cortar de um só golpe). Portanto, 3718 oryotomew orthotomeo significa cortar de forma reta, dividir corretamente, dissecar corretamente, expor corretamente.




Todos os crentes (leitores) da Bíblia King James (BKJ) reconhecem [e, ao menos nominalmente, aceitam] o mandamento de Deus para dividirmos corretamente [“manejarmos corretamente”, na ACF, e “retamente- fazermos- o- corte- e- dividirmos”, na LTT] a Escritura, mesmo alguns crentes não concordando entre si em todos os pontos mais detalhados e específicos [de todas as aplicações deste ensino chave].

A palavra dividir e suas formas (dividindo, divisão, etc.) são usadas 59 vezes na BKJ. Eu gostaria de examinar algumas passagens que usam a palavra dividir (na BKJ), a fim de determinar se existem princípios básicos a serem aprendidos.


1) O Senhor dividiu as nações gentílicas, na Torre de Babel


      Gênesis 10:5: “Por estes foram repartidas (divididas) as ilhas dos gentios nas suas terras, cada qual segundo a sua língua, segundo as suas famílias, entre as suas nações”.

      Deuteronômio 32:8:
“Quando o Altíssimo distribuía as heranças às nações, quando dividia os filhos de Adão uns dos outros, estabeleceu os termos dos povos, conforme o número dos filhos de Israel”.
Deuteronômio diz que o Senhor “
estabeleceu os termos dos povos” (nós diríamos “estabeleceu as fronteiras entre os povos”), tendo dividido e separado as nações gentias. O Novo Testamento nos dá a razão para tal divisão:

      Atos 17:26-27
“E de um só sangue fez toda a geração dos homens, para habitar sobre toda a face da terra, determinando os termos já dantes ordenados, e os limites da sua habitação; Para que buscassem ao Senhor, se porventura, tateando, o pudessem achar; ainda que não está longe de cada um de nós” .

O Senhor espalhou as pessoas em Babel porque elas estavam começando um governo mundial, unificado e único. Ele criou as nações e dividiu as pessoas, quando lhes deu línguas diferentes. E Ele nos diz porque as dividiu:
“26 E de um só sangue fez toda a geração dos homens, para habitar sobre toda a face da terra, determinando os termos já dantes ordenados, e os limites da sua habitação; 27 Para que buscassem ao Senhor, se porventura, tateando, o pudessem achar; ainda que não está longe de cada um de nós” (Atos 17:26-27). As palavras do Senhor são claras [particularmente aqui]: A divisão foi feita para que as nações pudessem buscá-Lo. Desse modo, qualquer forma de Ecumenismo ou movimento para se formar um governo mundial unificado e único [ou mesmo fundir algumas das nações que Deus separou] seria espiritualmente reprovado e diretamente contrário aos desejos de Deus.


2) - Deus também separou (apartou, um sinônimo de dividir: Deuteronômio 32:8; Mateus 25:32) Israel das nações pagãs. (A palavra dividir implica em se partir algo que está inteiro. Creio que Deus aqui usa a palavra separar porque Ele jamais considerou Israel como parte do mundo pagão).


      Êxodo 33:16:
”Como, pois, se saberá agora que tenho achado graça aos teus olhos, eu e o teu povo? Acaso não é por andares tu conosco, de modo a sermos separados, eu e o teu povo, de todos os povos que há sobre a face da terra?

      Levítico 20:24: “
E a vós vos tenho dito: Em herança possuireis a sua terra, e eu a darei a vós, para a possuirdes, terra que mana leite e mel. Eu sou o SENHOR vosso Deus, que vos separei dos povos”.

Israel não deveria misturar-se com outras nações, porque essa mistura sempre conduz à prostituição.

      Êxodo 34:14-16:
“Porque não te inclinarás diante de outro deus; pois o nome do SENHOR é Zeloso; é um Deus zeloso”. “Para que não faças aliança com os moradores da terra, e quando eles se prostituírem após os seus deuses, ou sacrificarem aos seus deuses, tu, como convidado deles, comas também dos seus sacrifícios, e tomes mulheres das suas filhas para os teus filhos, e suas filhas, prostituindo-se com os seus deuses, façam que também teus filhos se prostituam com os seus deuses”.

Sempre que acontecesse essa mistura com outras nações, Israel deveria separar-se novamente.

      Esdras 6:21-22:
“Assim comeram a páscoa os filhos de Israel que tinham voltado do cativeiro, com todos os que com eles se apartaram da imundícia dos gentios da terra, para buscarem o SENHOR Deus de Israel; e celebraram a festa dos pães ázimos por sete dias com alegria; porque o SENHOR os tinha alegrado, e tinha mudado o coração do rei da Assíria a favor deles, para lhes fortalecer as mãos na obra da casa de Deus, o Deus de Israel”.

Os capítulos 9 e 10 de Esdras dão os motivos específicos para a separação de Israel dos pagãos.
 
      Ed 9:1 “Porque tomaram das suas filhas para si e para seus filhos, e assim se misturou a linhagem santa com os povos dessas terras; e até os príncipes e magistrados foram os primeiros nesta transgressão.”
     
Ed 9:14 “Tornaremos, pois, agora a violar os teus mandamentos e a aparentar-nos com os povos destas abominações? Não te indignarias tu assim contra nós até de todo nos consumir, até que não ficasse remanescente nem quem escapasse?”

Assim, então, as divisões impostas por Deus entre as nações gentias, e entre Israel e os pagãos, eram para o bem de cada uma das nações. Divididas, as nações buscariam Deus. E, separada, Israel poderia continuar espiritualmente pura.

Até mesmo hoje em dia, as fronteiras entre as nações são exatas. Nenhuma nação deseja que suas fronteiras sejam mudadas de local ou tornem-se não estabelecidas [inexistentes, sem fronteiras]. Uma linha exata divide um país do outro.

Então, eu vejo aqui um princípio básico:

Princípio 1: As divisões feitas por Deus [inclusive entre duas passagens] nos foram ordenadas, são precisas, e são benéficas.



3) - O Senhor também ordenou a divisão das terras pelas tribos de Israel.


      Números 26:52-53: “E falou o SENHOR a Moisés, dizendo: A estes se repartirá a terra em herança, segundo o número dos nomes”.

      Josué 11:23:
“Assim Josué tomou toda esta terra, conforme a tudo o que o SENHOR tinha dito a Moisés; e Josué a deu em herança aos filhos de Israel, conforme as suas divisões, segundo as suas tribos; e a terra descansou da guerra”.
O Senhor ordenou que Moisés dividisse a terra de Canaã entre as doze tribos de Israel, o que Josué fez. Toda a terra foi dividida em distintas e separadas partes. As partes divididas foram definidas de forma absoluta e definitiva, e deveriam permanecer conforme foram dadas e apresentadas neste exemplo.

      Números 36:2,3,6,7: “2
E disseram: O SENHOR mandou a meu senhor que, por sorte, desse esta terra em herança aos filhos de Israel; e a meu senhor foi ordenado pelo SENHOR, que a herança do nosso irmão Zelofeade se desse às suas filhas. 3 E, casando-se elas com alguns dos filhos das outras tribos dos filhos de Israel, então a sua herança será diminuída da herança de nossos pais, e acrescentada à herança da tribo a que vierem a pertencer; assim se tirará da sorte da nossa herança... 6 Isto é o que o SENHOR mandou acerca das filhas de Zelofeade, dizendo: Sejam por mulheres a quem bem parecer aos seus olhos, contanto que se casem na família da tribo de seu pai. 7 Assim a herança dos filhos de Israel não passará de tribo em tribo; pois os filhos de Israel se chegarão cada um à herança da tribo de seus pais”.

Deus leva a sério essas fronteiras e não quer que sejam postas em risco por se fazer concessões quando a elas.
     
Oséias 5:10:
“Os príncipes de Judá são como os que mudam os limites; derramarei, pois, o meu furor sobre eles como água”.

Hoje em dia, quando se compra um pedaço de terra, um topógrafo é contratado para que a exata linha entre este pedaço da terra e os terrenos vizinhos seja legalmente determinada. Então, vemos aqui outro princípio sobre divisão.

Princípio 2: As divisões feitas por Deus [inclusive entre duas passagens] não devem ser ignoradas, nem canceladas, nem emendadas ou entremeadas, nem abrandadas, nem deslocadas alguns centímetros para algum lado, pelo homem.



4) – Deus separou [para longe, completa e definitivamente] [uma palavra extrema e muito significativa] os israelitas dos egípcios:


       “Êxodo 8:22-23:
“E naquele dia eu separarei a terra de Gósen, em que meu povo habita, que nela não haja enxames de moscas, para que saibas que eu sou o SENHOR no meio desta terra. E porei separação entre o meu povo e o teu povo; amanhã se fará este sinal”.
O povo de Deus ficou livre das moscas, enquanto os egípcios foram todos infestados. Imagino que até mesmo as moscas geralmente encontradas nos locais onde as pessoas vivem, foram realmente banidas da terra israelita, mais uma prova de que as divisões feitas por Deus [inclusive entre duas passagens] são exatas.


5) - As próprias palavras de Cristo continuamente dividiam as pessoas.


      João 7:40-43: “40 Então muitos da multidão, ouvindo esta palavra, diziam: Verdadeiramente este é o Profeta. 41 Outros diziam: Este é o Cristo; mas diziam outros: Vem, pois, o Cristo da Galiléia? 42 Não diz a Escritura que o Cristo vem da descendência de Davi, e de Belém, da aldeia de onde era Davi? 43 Assim entre o povo havia dissensão por causa dele”.

É interessante observar que, conforme o Diabo fez antes, na tentação do deserto em Lc 4, a Escritura foi usada para tentar refutar a legitima afirmação de Cristo. A genuína Escritura foi mal usada, a fim de disputar contra uma verdade da Escritura.

Segue-se um outro exemplo.

       João 9:13-16:
“13 ¶ Levaram, pois, aos fariseus o que dantes era cego. 14 E era sábado quando Jesus fez o lodo e lhe abriu os olhos. 15 Tornaram, pois, também os fariseus a perguntar-lhe como vira, e ele lhes disse: Pôs-me lodo sobre os olhos, lavei-me, e vejo. 16 Então alguns dos fariseus diziam: Este homem não é de Deus, pois não guarda o sábado. Diziam outros: Como pode um homem pecador fazer tais sinais? E havia dissensão entre eles.”
Novamente, um arrazoado mal apoiado nas Escrituras é usado como pretexto, a fim de desacreditar Cristo

       João 10:15, 18-21: “15 Assim como o Pai me conhece a mim, também eu conheço o Pai, e dou a minha vida pelas ovelhas. ... 18 Ninguém ma tira de mim, mas eu de mim mesmo a dou; tenho poder para a dar, e poder para tornar a tomá-la. Este mandamento recebi de meu Pai. 19 Tornou, pois, a haver divisão entre os judeus por causa destas palavras. 20 E muitos deles diziam: Tem demônio, e está fora de si; por que o ouvis? 21 Diziam outros: Estas palavras não são de endemoninhado. Pode, porventura, um demônio abrir os olhos aos cegos?”
Estes dois grupos de pessoas são diametralmente opostos. Eles acreditam em coisas opostas e não pode haver mistura alguma (ou troca de concessões) entre tais opostos.


6) - As palavras de Paulo continuamente dividiam as pessoas.


      Atos 14:1-4:
“E aconteceu que em Icônio entraram juntos na sinagoga dos judeus, e falaram de tal modo que creu uma grande multidão, não só de judeus mas de gregos. Mas os judeus incrédulos incitaram e irritaram, contra os irmãos, os ânimos dos gentios. Detiveram-se, pois, muito tempo, falando ousadamente acerca do Senhor, o qual dava testemunho à palavra da sua graça, permitindo que por suas mãos se fizessem sinais e prodígios. E dividiu-se a multidão da cidade; e uns eram pelos judeus, e outros pelos apóstolos.”

As palavras e a doutrina dos judeus descrentes eram totalmente opostas às palavras e à doutrina dos apóstolos. A Bíblia diz que estes grupos eram divididos. Não há como misturar estas palavras tão opostas uma à outra, ou mesclá-las, para que se tornem uma doutrina maior [conciliando tudo]. Elas dizem coisas diferentes [mais que isto, opostas! Não conciliáveis!]!

A segunda passagem demonstra o mesmo princípio:

      Atos 23:6-8:
““E Paulo, sabendo que uma parte era de saduceus e outra de fariseus, clamou no conselho: Homens irmãos, eu sou fariseu, filho de fariseu; no tocante à esperança e ressurreição dos mortos sou julgado. E, havendo dito isto, houve dissensão entre os fariseus e saduceus; e a multidão se dividiu. “Os saduceus dizem que não há ressurreição, nem anjo, nem espírito; mas os fariseus reconhecem uma e outra coisa”.(Atos 23:8).

Não há como consolidar as palavras e a doutrina dos saduceus com as dos fariseus, para se formar um meio-termo [onde cada grupo cede somente um pouquinho que considera sem importância]. Eles criam e ensinavam doutrinas totalmente opostas umas às outras, colocando-os, assim, em campos opostos. Há uma divisão entre as palavras – os saduceus tinham uma crença, enquanto os fariseus tinham outra crença, e elas eram opostas [inimigas frontais, portanto não conciliáveis, sem meio termo possível]. Existe uma precisa linha de divisão, claramente separando as doutrinas e colocando-as em campos opostos, em guerra uma contra a outra.

Aqui, então, está o próximo princípio:

Princípio 3: As divisões feitas por Deus [entre duas passagens] são delineadas por palavras que dizem coisas opostas.



Sumariando, as divisões feitas por Deus [inclusive entre duas passagens] têm três princípios vistos nestes exemplos encontrados na Bíblia:

1. As divisões feitas por Deus nos foram ordenadas, são precisas, e são benéficas.
2. As divisões feitas por Deus não devem ser ignoradas, nem canceladas, nem emendadas ou entremeadas, nem abrandadas, nem deslocadas alguns centímetros para algum lado, pelo homem.
3. As divisões feitas por Deus [entre duas passagens] são delineadas por palavras que dizem coisas opostas.


Muitas divisões feitas por Deus [entre duas passagens] são bem documentadas no Novo Testamento.

      2 Coríntios 6:15-17:
“E que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel? E que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Porque vós sois o templo do Deus vivente, como Deus disse: Neles habitarei, e entre eles andarei; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo. Por isso saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor; E não toqueis nada imundo, E eu vos receberei”.
Cristo e Belial são separados, opostos. Existe uma severa divisão entre o templo de Deus e o templo dos ídolos. Contudo, como o mundo tenta ajuntar os dois, ou, pelo menos, que o primeiro faça alguns centímetros de concessões ao segundo!

Seguem-se outros exemplos de divisão, no Novo Testamento.

      Romanos 6:16:
“Não sabeis vós que a quem vos apresentardes por servos para lhe obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis, ou do pecado para a morte, ou da obediência para a justiça?”
O cristão tem duas escolhas opostas: uma é escolher servir a Deus e, a outra, servir ao pecado.

      1 João 5:12:
“Quem tem o Filho tem a vida; quem não tem o Filho de Deus não tem a vida”.
Uma pessoa tem ou não tem Cristo. Aqui, nenhum meio termo é possível. E conquanto estas últimas passagens não usem a palavra “dividir”, ainda são exemplos bíblicos de divisão.

Creio que todos estes exemplos bíblicos sobre a divisão de palavras, de doutrina, e de posição nos dão os princípios básicos para dividir corretamente os livros do Novo Testamento na Bíblia:

Se as claras significações das palavras de duas passagens dizem coisas opostas, a ordem é fazer uma divisão entre as passagens. NÃO é tentar esculpir um pino quadrado de modo que se encaixe num orifício redondo. Infelizmente, até mesmo algumas pessoas que realmente creem (literalmente) na Bíblia (do TR, claro) conservam afiados seus canivetes de esculpir e conservam-se prontos para tentarem fazer isso. Elas tentam cortar e esculpir cada passagem para que esta se adapte à doutrina da dispensação das igrejas, mesmo que as palavras estejam dizendo o contrário.
[É assim que muitas seitas têm sido dadas à luz]. Foi Paulo, o apóstolo para as igrejas, quem nos ordenou dividirmos corretamente [retamente- fazer- o- corte- e- dividir] a Palavra da Verdade, e nos ordenou isto exatamente no Novo Testamento.

Os que realmente creem (literalmente) na Bíblia (do TR, claro), e que também creem no mandamento para retamente- fazermos- o- corte- e- dividirmos a Palavra, usualmente entendem os seguintes aspectos básicos:

1) O Novo Testamento só começou depois da morte de Jesus Cristo.
2) Israel e as igrejas são grupos diferentes de pessoas.
3) São as epístolas de Paulo [Romanos a Filemon] os livros que foram escritos direta e primordialmente para as igrejas, sempre contendo a exata doutrina das igrejas.
4) Existem muitas verdades bíblicas que Israel e as igrejas compartilham.
5) Deus vai começar a tratar, novamente, com Israel, após o Arrebatamento dos verdadeiros salvos das igrejas.




O maior mandamento para a compreensão da Bíblia encontra-se na 2 Timóteo 2:15:

“Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja {*} bem a palavra da verdade”. (2 Timóteo 2:15). {* “maneja bem” é “divide corretamente”, na KJB}

Sê diligente- no- estudo para apresentar-te a Deus aprovado, como um trabalhador que não tem de que se envergonhar, retamente- fazendo- o- corte- e- dividindo a Palavra (Escrita) da verdade. (
2 Timóteo 2:15, Bíblia LTT)


A desobediência a este mandamento tem sido a causa de quase todas as diferenças doutrinárias entre os cristãos.
[A Bíblia sempre deve ser literalmente interpretada (como Deus ordenou, como deu exemplos nela, e como é coerente com Sua natureza e atributos), a não ser nos raros casos onde Deus deixa claro e incontroverso que uma palavra (tal como “a porta”) deve ser tomada no seu sentido figurado óbvio e que até uma criança de 12 anos entenda sem ser ensinada, sentido figurado que Deus deixa clara e incontroversamente explicado por Ele mesmo, no próprio contexto]. Mas sempre que [nas aparentes contradições doutrinárias] a Bíblia não é corretamente dividida, isto leva a má compreensão, a confusão, e a heresia.

Deus nunca muda em Sua essência, Suas natureza e atributos, porém Ele muda Suas regras e regulamentos ao tratar com pessoas diferentes, em tempos diferentes. Eis a razão pela qual Ele nos ordena dividir corretamente a Palavra. Quando não o fazemos, acontecem aparentes contradições em Suas instruções! [Por exemplo, comparemos Lv 11:7-8 versus 1Tm 4:1-4]

      Levítico 11:7-8: “Também o porco, porque tem unhas fendidas, e a fenda das unhas se divide em duas, mas não rumina; este vos será imundo. Das suas carnes não comereis, nem tocareis nos seus cadáveres; estes vos serão imundos”.

VERSUS

      1 Timóteo 4:1,3,4: “1 ¶ Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios; ... 3 Proibindo o casamento, e ordenando a abstinência dos alimentos que Deus criou para os fiéis, e para os que conhecem a verdade, a fim de usarem deles com ações de graças; 4 Porque toda a criatura de Deus é boa, e não há nada que rejeitar, sendo recebido com ações de graças.”


Levítico 11 não é uma doutrina de demônios, porque existe uma óbvia divisão entre os diferentes comandos de Deus [entre Lv 11:7-8 e 1Tm 4:1,3,4]. A primeiro ensino (Lv) foi dado a Israel, no período do Velho Testamento, enquanto o segundo (1Tm) foi dado às igrejas de hoje. A maioria dos crentes entende e aceita esta verdade.

Contudo, um conceito comumente errôneo é que todo o Novo Testamento automaticamente se aplica doutrinariamente às igrejas e aos seus membros. Mas é exatamente no Novo Testamento que o cristão é comandado a dividir corretamente [entre duas passagens aparentemente opostas]. O Novo Testamento tem divisões [entre duas passagens aparentemente opostas] e, se estas não forem observadas, haverá aparentes contradições.

A Bíblia ensina que o Novo Testamento entrou em efeito somente depois que Cristo morreu (Hebreus 9:15-17).
“15 ¶ E por isso é Mediador de um novo testamento, para que, intervindo a morte para remissão das transgressões que havia debaixo do primeiro testamento, os chamados recebam a promessa da herança eterna. 16 Porque onde há testamento, é necessário que intervenha a morte do testador. 17 Porque um testamento tem força onde houve morte; ou terá ele algum valor enquanto o testador vive?Doutrinariamente falando, os 4 evangelhos antes da morte de Jesus estão primordialmente tratando dos judeus, sob a Lei de Moisés.

Paulo diz que o ministério de Cristo foi para Israel:
“Digo, pois, que Jesus Cristo foi ministro da circuncisão, por causa da verdade de Deus, para que confirmasse as promessas feitas aos pais” (Romanos 15:8). [N.T. - O próprio Jesus disse à mulher cananeia: Eu não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel (Mateus 15:24).]



[Foi definitiva a substituição de Israel pelas igrejas?]


Por causa da incredulidade de Israel, Deus parou de tratar com a nação israelita e chamou Paulo para ser o apóstolo aos gentios.

      Romanos 11:11:
“Digo, pois: Porventura tropeçaram, para que caíssem? De modo nenhum, mas pela sua queda veio a salvação aos gentios, para os incitar à emulação”.

Mas isto se trata de uma transferência temporária, conforme a Bíblia. Israel, no futuro, vai novamente se tornar a nação abençoada por Deus.

      Romanos 11:25-26:
“25 Porque não quero, irmãos, que ignoreis este segredo (para que não presumais de vós mesmos): que o endurecimento veio em parte sobre Israel, até que a plenitude dos gentios haja entrado. 26 E assim todo o Israel será salvo, como está escrito: De Sião virá o Libertador, E desviará de Jacó as impiedades.

Esta passagem [Rm 11] mostra três distintos períodos ou divisões de tempo:
 
O primeiro período [versos 1-4] é uma continuação do Velho Testamento, no qual Deus está tratando com a nação de Israel.

[“1 ¶ DIGO, pois: Porventura rejeitou Deus o seu povo? De modo nenhum; porque também eu sou israelita, da descendência de Abraão, da tribo de Benjamim. 2 Deus não rejeitou o seu povo, que antes conheceu. Ou não sabeis o que a Escritura diz de Elias, como fala a Deus contra Israel, dizendo: 3 Senhor, mataram os teus profetas, e derribaram os teus altares; e só eu fiquei, e buscam a minha alma? 4 Mas que lhe diz a resposta divina? Reservei para mim sete mil homens, que não dobraram os joelhos a Baal.”]


O segundo período [versos 5-24] começa com Deus temporariamente substituindo Israel pela dispensação das igrejas gentias.

[“5 Assim, pois, também agora neste tempo ficou um remanescente, segundo a eleição da graça. 6 Mas se é por graça, já não é pelas obras; de outra maneira, a graça já não é graça. Se, porém, é pelas obras, já não é mais graça; de outra maneira a obra já não é obra. 7 Pois quê? O que Israel buscava não o alcançou; mas os eleitos o alcançaram, e os outros foram endurecidos. 8 Como está escrito: Deus lhes deu espírito de profundo sono, olhos para não verem, e ouvidos para não ouvirem, até ao dia de hoje. 9 E Davi diz: Torne-se-lhes a sua mesa em laço, e em armadilha, E em tropeço, por sua retribuição; 10 Escureçam-se-lhes os olhos para não verem, E encurvem-se-lhes continuamente as costas. 11 Digo, pois: Porventura tropeçaram, para que caíssem? De modo nenhum, mas pela sua queda veio a salvação aos gentios, para os incitar à emulação. 12 E se a sua queda é a riqueza do mundo, e a sua diminuição a riqueza dos gentios, quanto mais a sua plenitude! 13 Porque convosco falo, gentios, que, enquanto for apóstolo dos gentios, exalto o meu ministério; 14 Para ver se de alguma maneira posso incitar à emulação os da minha carne e salvar alguns deles.”]


O terceiro período [versos 25-31] é a Tribulação futura, quando Deus voltará a tratar com a nação por Ele escolhida perpetuamente – Israel [convertendo-a, salvando-a, dando-lhe as bênçãos eternas que lhe prometeu].

[“25 Porque não quero, irmãos, que ignoreis este segredo (para que não presumais de vós mesmos): que o endurecimento veio em parte sobre Israel, até que a plenitude dos gentios haja entrado. 26 E assim todo o Israel será salvo, como está escrito: De Sião virá o Libertador, E desviará de Jacó as impiedades. 27 E esta será a minha aliança com eles, Quando eu tirar os seus pecados. 28 Assim que, quanto ao evangelho, são inimigos por causa de vós; mas, quanto à eleição, amados por causa dos pais. 29 Porque os dons e a vocação de Deus são sem arrependimento. 30 Porque assim como vós também antigamente fostes desobedientes a Deus, mas agora alcançastes misericórdia pela desobediência deles, 31 Assim também estes agora foram desobedientes, para também alcançarem misericórdia pela misericórdia a vós demonstrada.”]

 

Existem diferenças nas instruções do Senhor para esses três períodos, as quais diferenças aparentemente se contradizem, a não ser que as divisões na Bíblia sejam reconhecidas. Estudemos estes exemplos:

      Marcos 2:5,11-12: “E Jesus, vendo a fé deles, disse ao paralítico: Filho, perdoados estão os teus pecados. ... 11 A ti te digo: Levanta-te, toma o teu leito, e vai para tua casa. 12 E levantou-se e, tomando logo o leito, saiu em presença de todos, de sorte que todos se admiraram e glorificaram a Deus, dizendo: Nunca tal vimos.”
      Tiago 5:14-15: “14 Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e orem sobre ele, ungindo-o com azeite em nome do Senhor; 15 E a oração da fé salvará o doente, e o Senhor o levantará; e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados.” (Tg 5:14-15 ACF)

VERSUS

      2 Coríntios 12:9-b: “De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo”.
      1 Timóteo 5:23-b: “Não bebas mais água só, mas usa de um pouco de vinho, por causa do teu estômago e das tuas frequentes enfermidades”.
      2 Timóteo 4:20-b: “... deixei Trófimo doente em Mileto”.


Quando o Senhor curou o homem paralítico, em Marcos 2, Ele primeiro lhe perdoou os pecados, visando à fé dos outros. Paulo nada fala sobre pecados perdoados, quando o Senhor cura alguém. Mas, vejam a semelhança [com Marcos 2:5,11-12] em Tiago 5:14-15, na carta por ele escrita às doze tribos judaicas. [No “sistema de regras” de Mr 2:5,11-12 e Tg 5:14-15, cura milagrosa veio acompanhada de perdão de pecados. No de Paulo, não.]

[Ó leitor,] sua igreja sempre unge os doentes sinceros com óleo? Se o faz, são eles sempre curados [por causa da unção com óleo]? E são sempre perdoados os pecados do doente [por ocasião e por causa da unção com óleo]? [Sei que sua resposta será “não exatamente”, porque aquele foi um período intermediário (o “sistema de regras” de Mr 2:5,11-12; Tg 5:14-15 é diferente do em que vivemos hoje)]. [Por outro lado, anos depois,] o maior apóstolo que já existiu tinha uma enfermidade que nunca foi curada. Ele também prescreveu um medicamento a Timóteo, não prescreveu que os anciãos o ungissem e orassem por ele. E deixou um bom cristão [Trófimo] enfermo em Mileto. [Será possível que alguém não veja esta diferença, esta divisão entre estes dois grupos de passagens do Novo Testamento?!?!?]

As palavras dos versos de Marcos e Tiago diferem das palavras de Paulo. Elas não devem ser misturadas; em vez disso, a diferença e a divisão entre elas devem ser reconhecidas e aceitas.

Como vocês iriam responder a alguém que lhes perguntasse: “Por três dias e três noites, esteve Cristo no túmulo, ou esteve Ele no coração da terra?” Felizmente, vocês iriam reconhecer que esta pergunta foi formulada de um modo que exige que as duas respostas não tenham interseção, isto é, um modo que exige que não haja uma resposta “tanto uma coisa como a outra estão corretas”. Mas a verdade é que o corpo carnal de Cristo permaneceu no túmulo, enquanto Sua alma esteve no coração da terra. A própria pergunta é que foi deficiente, assumindo que somente uma das duas respostas é correta, enquanto ambas as partes estão corretas, SE a divisão [a distinção] entre o corpo e a alma for reconhecida. As maiores controvérsias na Cristandade [particularmente sobre a imperdibilidade da salvação] proveem deste exato tipo de pergunta deficiente [ou de, mentalmente, se fazer deficientes hipóteses iniciais, particularmente confundindo quem fala, a quem fala, em que época, em que situação, em que conjunto de regras, etc. Isto é, as controvérsias proveem de não se fazer as retas e corretas divisões (entre passagens aparentemente opostas), quando tais divisões são indispensáveis]



[Outra pergunta:
“É a salvação somente pela graça através da fé, ou é pela fé mais obras?”]

Conforme a pergunta é feita, torna-se impossível responder. Refere-se ela ao Velho Testamento do passado, ao Novo Testamento de hoje, ao futuro, ou a todos os tempos? A diferença é essencial, porque os tempos e as situações diferentes necessitam de respostas diferentes. Claro que, hoje em dia, a salvação é somente pela graça através da fé. Mesmo assim, muitas denominações ensinam que a salvação [mesmo na atual dispensação das igrejas locais] é pela fé mais obras. E por que cometem este erro? Porque o Novo Testamento [quando está se dirigindo/ referindo não a crentes desta dispensação das igrejas] ensina a salvação pela fé mais obras. [O Novo Testamento às vezes ensina isto, mas somente antes ou depois do “Evangelho de Paulo” (Romanos a Filemon), que foi especialmente dirigido às igrejas].

[NOTA DE HÉLIO E DE MARY: pensamos que a autora se confundiu um pouco, se expressou mal, querendo dizer outra coisa. Seja como for, deixamos bem patente que firmemente cremos que salvação sempre, em todas as dispensações, sempre foi única e exclusivamente pela graça, única e exclusivamente através da fé, com a única diferença que, na atual dispensação (das igrejas locais), a fé bíblica e salvadora não precisa ser comprovada por nenhuma obra, bastando ter sido fé verdadeira, bíblica, no Cristo da Bíblia, enquanto que, nas demais dispensações, a fé salvadora indispensavelmente precisa ser acompanhada de certa obra, especificada por Deus como necessária para comprovar que a fé é do tipo verdadeiro e salvador. Dois exemplos: (1) Na assim chamada Dispensação da Inocência, no Jardim do Éden, a fé só seria do tipo bíblico e salvadora se levasse à obediência de não comer da árvore; (2) Na 70ª Semana de Daniel (os 7 anos entre a dispensação das igrejas e a dispensação do Reino Milenar), quem fraquejar e colocar o número ou o nome do anticristo sobre sua mão direita ou testa, evidenciará que nunca teve a fé bíblica requerida.]

 

Ambos os lados desta controvérsia [salvação só através da fé, ou salvação através da fé mais obras] embasam seus argumentos e provas em uma premissa faltosa [que têm em comum], depois cada um usando exatamente o mesmo tipo de raciocínio para defender suas verdades. Que estranho: Quem poderá acreditar que a defesa destas doutrinas opostas tem idênticos fundamentos? Ambos os lados mantêm a faltosa premissa de que todo o Novo Testamento é [sempre, em cada palavra] doutrina para as igrejas de hoje. (E, embora alguns o neguem verbalmente, a maneira deles manejarem o Novo Testamento anula a negativa deles).

Ambos os lados também usam a mesma exata racionalização. Eles reconhecem os versos declarando claramente a salvação somente pela graça através da fé E [os versos declarando] a salvação pela fé mais obras. Desse modo, alguns fazem um milkshake e misturam os versos, de modo a não resultarem em sorvete nem em leite. Mesmo assim, um lado apresenta o milkshake, dizendo: “Isto é sorvete”, enquanto o outro o apresenta, dizendo: “Isto é leite”. Misturando exatamente os mesmos versos, um lado proclama a salvação somente pela graça através somente da fé, enquanto o outro proclama a salvação pela fé mais as obras. Cada um dos lados acha que Deus, obviamente, estava confuso e, por isso, tenta ajudá-Lo [tenta tornar mais claro aquilo que acha que Deus pensa, mas deixou tão obscuro, pois não soube ou não quis ser claro].

Quando se misturam versos que dizem coisas opostas, eles não têm serventia alguma. Deus ordenou a divisão entre eles! Porém, reconhecer estas divisões não significa que se devam usar somente os livros da Bíblia escritos diretamente para a dispensação das igrejas. De fato, toda a Escritura é para o nosso ensino e admoestação.
     
Romanos 15:4:
“Porque tudo o que dantes foi escrito, para nosso ensino foi escrito, para que pela paciência e consolação das Escrituras tenhamos esperança”.
     
1 Coríntios 10:11
: “Ora, tudo isto lhes sobreveio como figuras, e estão escritas para aviso nosso, para quem já são chegados os fins dos séculos”.

Mas, conquanto toda a Bíblia seja para o nosso ensino e admoestação, não devemos determinar a doutrina da dispensação da igreja a partir de toda e cada página de toda a Bíblia.

Antes de abordarmos a salvação, vejamos uma porção de verdades dispensacionalistas, com as quais a maioria irá concordar.

Por exemplo, desde o Evangelho de Mateus até ao Apocalipse, uma pessoa tem necessariamente de crer em Cristo para ser salva. Isto é verdade em todo o Novo Testamento [aliás, em toda a Bíblia]. Contudo, mesmo a crença em Cristo é diferente em divisões diferentes.

A vinda do Messias foi o cumprimento da profecia judaica (Mateus 5:17-18).
(“17 ¶ Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim ab-rogar, mas cumprir. 18 Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei, sem que tudo seja cumprido.”) Através de todo o Velho [e mesmo Novo] Testamento, os judeus estiveram esperando que o seu Rei, que estava por vir, finalmente chegasse para se assentar no trono de Davi e estabelecer o Seu reino. Quando Jesus pregou o evangelho do reino (Mateus 4:23; 9:35 e 24:14), cada pessoa deveria crer que Cristo era o Messias, o Rei de Israel.

Hoje, crer em Cristo significa crer em Sua morte, sepultamente e ressurreição, conforme a 1 Coríntios 15:1-4. Até mesmo o recebimento do Espírito Santo é hoje diferente daquele que consta nos evangelhos e no Livro de Atos.

Agora, muitos que realmente creem (literalmente) na Bíblia (do TR, claro) reconhecem e aceitam, e marcam as diferenças supracitadas, sem tentar misturar ou fundir aquelas doutrinas. Mas sabemos que existem denominações que fazem tal mistura e fundição. Por exemplo, a Igreja de Cristo toma todos os versos sobre o batismo e os lê como se se referissem sempre e somente à água. Eles não reconhecem o batismo espiritual de Cristo (colocando o batizado para dentro do corpo espiritual de Cristo) como sendo distinto e separado do batismo para dentro da água
[NOTA DE HÉLIO: Não há nenhum verso ensinando que o Espírito Santo submerge ou submergiu crentes para dentro do corpo do Cristo; nem que há uma igreja universal, difusa, invisível, englobando todos os salvos vivos espalhados sobre a terra, e os que já estão no céu; nem que tal igreja é o corpo espiritual, místico, de Cristo. O que a Bíblia ensina é a submersão corporativa de todos os crentes desta dispensação, de uma só vez para sempre, na inauguração da mesma em Pentecostes; pelo Cristo, o submersor; com / em / dentro de o Espírito Santo. Ver http://solascriptura-tt.org/EclesiologiaEBatistas/06SubmersaoComEmDentroEspiritoSanto-Helio.htm]. Misturam todos os versos sobre o batismo, sem qualquer distinção, o que resulta numa inverdade. Além disso, os pentecostais misturam todas as doutrinas sobre o Espírito Santo [particularmente (mesmo que por mentira consciente ou por inconsciente sugestão hipnótica de técnicas de domínio de emoções e mentes, ou outras armadilhas piores ainda) tentando estender a todos os crentes os dons que foram característicos, exclusivos e identificatórios dos 83 apóstolos e discípulos, como se prova por 2Co 12:12], resultando numa grande e contraditória bagunça. Nenhum desses dois grupos reconhece e aceita as divisões feitas por Deus [entre duas passagens], por isso muitas das doutrinas deles são falsas.

Do outro lado de [isto é, após] a dispensação das igrejas, ainda existem semelhanças com ela. Para crer em Cristo durante a Tribulação, alguém deve crer também no evangelho da 1 Coríntios 15:1-4
(“1 ¶ Também vos notifico, irmãos, o evangelho que já vos tenho anunciado; o qual também recebestes, e no qual também permaneceis. 2 Pelo qual também sois salvos se o retiverdes tal como vo-lo tenho anunciado; se não é que crestes em vão. 3 Porque primeiramente vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras, 4 E que foi sepultado, e que ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras.”), e porque essa exigência é idêntica à da dispensação das igrejas, alguns acreditam que as doutrinas [aquelas para as igrejas e aquelas para a Tribulação] são, todas elas, as mesmas. Esta ideia errônea leva à mistura de doutrinas opostas, gerando a maior confusão: como tentando esculpir um pino quadrado para se encaixar num buraco redondo. Por exemplo, enquanto nós [os salvos vivos desta dispensação das igrejas] estamos olhando em espera que o Senhor venha nos arrebatar para o céu, os santos que serão salvos durante a Tribulação estarão olhando em espera da segunda vinda do Senhor, ao final da Tribulação, para eles entrarem para o reino dEle sobre a terra, por mil anos, seguidos da eternidade. Estes eventos são semelhantes, mas não são o mesmo. Ademais, existem pessoas que misturam os dois eventos separados [Arrebatamento e Segunda Vinda], a fim de ensinar um único ato do Senhor, porque NÃO creem nas palavras dos versos diferentes, conforme elas se apresentam. Tais pessoas as interpretam de modo particular [torcendo as palavras para significarem o que elas preferem, cada pessoa por si]. Em vez de reconhecerem e aceitarem as diferenças entre as palavras e de notarem a divisão [assinalada por Deus], tais pessoas as misturam numa falsa doutrina. Felizmente, a maioria dos que realmente creem (literalmente) na Bíblia (do TR, claro) reconhece que as duas vindas são distintas e separadas [NOTA DE HÉLIO: Há 20 anos atrás, já me atrapalhei na terminologia que usava, pregando que há uma só Segunda Vinda do Cristo, embora ocorra em 2 etapas, a 1ª etapa sendo o Arrebatamento, Cristo vindo como o Noivo, somente para os Seus, somente até as nuvens, e a 2ª etapa sendo Sua manifestação em glória, Cristo vindo corporalmente como o Juiz e Rei, para andar sobre a terra e julgar a todos e reinar sobre todos, sobre toda a terra. Depois, percebi que é melhor chamar o Arrebatamento somente de Arrebatamento (pois não é realmente uma vinda até à terra!), sem se pensar em 2 etapas, e reservar o nome Segunda Vinda para quando Cristo vier corporalmente para pisar sobre a terra, manifestar-Se em Sua glória, ser Juiz e Rei sobre todos].

Vamos começar com a fundação dessas doutrinas opostas:


[Estabelecendo o alicerce para reconhecermos divisões entre as duas doutrinas opostas: salvação somente pela graça através da fé, e salvação pela fé comprovada por certa obra especificada por Deus]

Agora, todos os trabalhos são feitos no corpo. Tanto o serviço feito para Cristo como o serviço feito para o pecado, exigem nossos corpos carnais.

      2 Coríntios 5:10
“Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem, ou mal.”

Mas veja a contradição sobre as obras carnais entre Tiago e Paulo.

      Tiago 2:22-24 “22 Bem vês que a fé cooperou com as suas obras, e que pelas obras a fé foi aperfeiçoada. ... 24 Vedes então que o homem é justificado pelas obras, e não somente pela fé.” (Tg 2:22-24 ACF)

VERSUS

      Gálatas 3:2 -3 “2 Só quero aprender isto proveniente- de- junto- de vós: recebestes o Espírito proveniente- de- dentro- das obras da lei ou proveniente- de- dentro- do ouvir da fé? 3 Sois vós tão insensatos? Tendo começado no Espírito, estais agora sendo aperfeiçoados pela carne?” (Bíblia LTT)

 

Tiago diz que a fé se aperfeiçoa pelas obras, enquanto Paulo diz que as obras não podem fazer a fé ser perfeita! Portanto, tem que haver, aqui, uma divisão [assinalada por Deus]! [Será possível que alguém não veja esta divisão entre estas duas passagens, ambas do Novo Testamento?!?!?]

Aqui está outro exemplo:

      Hebreus 3:14 “Porque nos tornamos participantes de Cristo, SE retivermos firmemente o princípio da nossa confiança até ao fim.

VERSUS

      1 Coríntios 12:27 “Ora, vós SOIS o corpo de Cristo, e seus membros em particular.”
      1 Coríntios 10:17 “Porque nós, sendo muitos, SOMOS um só pão e um só corpo, porque todos participamos do mesmo pão.”

 

O versículo em Hebreus coloca uma condição para se tornar um participante de Cristo: os crentes devem permanecer firmes até o fim da Tribulação (Isaías 62:11, veja o contexto). Só então serão feitos participantes de Cristo, quando o Senhor derramar o seu Espírito sobre todos os crentes obedientes. Mas a 1 Coríntios ensina que, agora, durante a dispensação das igrejas, os crentes já são participantes de Cristo e já têm o Espírito Santo como o selo delas.

Estes versos dizem coisas diferentes e não podem ser misturados juntos. As palavras reais [isto é, aquelas escolhidas por Deus ao assoprá-las para dentro das mentes dos homens que escolheu para as escreverem] devem ser cridas como estão! E quando elas assim são cridas, outra divisão é anotada. [Será possível que alguém não veja ... ?!?!?]

Mais um exemplo:

      Mateus 19:16 b, 17, 21. “16 ¶ ... Bom Mestre, que bem farei para conseguir a vida eterna? 17 E ele disse-lhe: ... Se queres, porém, entrar na vida, guarda os mandamentos ... Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, e segue-me.”

VERSUS

      Atos 16:30 b, 31. . . “30 ...: Senhores, que é necessário que eu faça para me salvar? 31 E eles disseram: CRÊ no Senhor Jesus Cristo e serás salvo, tu e a tua casa.”
      Efésios 2:8-9 “8 Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. 9 Não vem das obras, para que ninguém se glorie;”

 

Este jovem fez a pergunta certa para a pessoa certa. Que oportunidade Jesus teve de expor sobre a salvação - e Ele o fez! Jesus disse a este alto governante israelita [e que anelava e pedia para receber a vida eterna] para guardar os mandamentos e segui-lO. Isso é o que as palavras dizem! Não deixe que alguém, agora, com lindo discursos, lhe seduza para longe do claro e simples significado das palavras, com "Bem, o que Jesus quis dizer foi algo muito diferente do que as palavras significam. Ao contrário delas, Cristo ensinou, aqui, que blá- blá- blá ... "

Na verdade, pessoas com tais explicações entendem, reconhecem muito bem o que Jesus disse. Elas simplesmente não creem [não querem crer] naquilo que Jesus ensinou, portanto elas tentam “ajudar” o Senhor, misturando duas doutrinas opostas, e colocando na mente das pessoas dúvidas sobre as claras e simples palavras da Bíblia.

Evidentemente, nesta passagem, a resposta de Jesus não é ensino sobre a salvação para a dispensação das igrejas locais. A salvação na dispensação das igrejas não é nem mesmo parcialmente dependente de boas obras, portanto uma divisão [entre estas duas passagens da Bíblia] deve ser reconhecida e aceita: Salvação na dispensação das igrejas e salvação na Tribulação (incluindo o que é apresentado nos Evangelhos) não são a mesma coisa. [Será possível que alguém não veja esta divisão entre estes dois grupos de passagens, ambos do Novo Testamento?!?!?]

De acordo com os princípios aprendidos através de se olhar para exemplos bíblicos de divisão,


1. As divisões feitas por Deus nos foram ordenadas, são precisas, e são benéficas.
2. As divisões feitas por Deus não devem ser ignoradas, nem canceladas, nem emendadas ou entremeadas, nem abrandadas, nem deslocadas alguns centímetros para algum lado, pelo homem.
3. As divisões feitas por Deus [entre duas passagens] são delineadas por palavras que dizem coisas opostas.

 

Para se usar estes princípios para [entender aparentes contradições na Bíblia, semelhantes às vistas até agora], porventura não existem linhas de comando, exatas e benéficas, as quais não são mescladas, não fazem concessões, ou são delineadas por palavras diferentes na doutrina? Eu acredito que sim.

Contudo, lembrem-se que existem frequentes semelhanças entre o que é dividido. Depois que o Senhor dividiu as nações gentias da Torre de Babel, a única diferença entre elas, naquele tempo, estava na língua, mas aquela uma única diferença foi suficiente para dividir as nações. Desse modo, apesar das muitas verdades compartilhadas entre as divisões no Novo Testamento, uma única que seja diferença na doutrina (ao crermos nas claras e simples palavras do Livro, conforme ali se encontram), irá delinear uma divisão. Para complicar as coisas, um livro de uma dispensação pode declarar verdades sobre uma outra dispensação. Por exemplo:
     
1 Tessalonicenses 5:2,3: “Porque vós mesmos sabeis muito bem que o dia do Senhor virá como o ladrão de noite; pois que, quando disserem: Há paz e segurança, então lhes sobrevirá repentina destruição, como as dores de parto àquela que está grávida, e de modo nenhum escaparão”.

Nestes versos, Paulo está falando A uma igreja local, mas está falando SOBRE a verdade da Tribulação. Na maioria de suas epístolas [cada uma delas dirigida a uma igreja local ou a um membro dela], [em algum ponto dela] Paulo instrui a igreja sobre a Tribulação. Além disso, existem, em alguns livros do Novo Testamento, profecias que falam dos eventos futuros [de depois do encerramento da atual dispensação].

É fácil compreender por que bons cristãos podem ficar confusos. Eles reconhecem as semelhanças entre a dispensação das igrejas e a Tribulação, e tentam reconciliar os versos que são diferentes, em vez de determinar [simplesmente reconhecer que há] uma linha divisória [entre os versos com verdades aparentemente opostas, de modo que um verso pertence a uma dispensação e outro verso pertence a outra dispensação, e ambos são 100% verdadeiros quando aceitos 100% literalmente]. (Lembre-se: apenas uma única característica dividiu as nações - a língua).

Novamente, quero dizer que toda a Escritura é para o nosso ensino e admoestação. De fato, nas epístolas [de Paulo, escritas primordialmente para Deus dar as doutrinas das igrejas locais] existem maravilhosas verdades sobre a Tribulação, as quais não se encontram em nenhuma outra parte da Bíblia.

Desse modo, perguntamos:




[No Novo Testamento, onde se encontram as linhas divisórias delineadas por palavras diferentes, declarando doutrinas opostas (em pelo menos um aspecto)?]

Quando Jesus nasceu, a Lei de Moisés ainda vigorava em Israel. Seu nascimento foi o cumprimento de uma profecia, assim como a proclamação de João Batista de que o Messias de Israel estava chegando. O ministério terreno de Cristo (a Israel, não aos gentios) foi também um cumprimento da profecia de Moisés. Seu desejo, naquele tempo, era que a unificada nação de Israel O recebesse e abraçasse como o Messias. Mas, conquanto alguns indivíduos judeus tenham crido nEle, o Sinédrio [e a maioria daqueles com altas posições na religião oficial, violentamente] O rejeitaram [e o fizeram morrer nas mãos dos gentios].

Portanto, os quatro evangelhos, antes da cruz, são uma continuação da Lei de Mosaica do Velho Testamento, introduzindo a doutrina da Tribulação: O ensino sobre porque a Tribulação tem que acontecer, e como vai acontecer (antes que o Reino dos Céus seja estabelecido). De fato, a profecia estava se cumprindo diante dos olhos dos judeus e, mesmo assim, eles rejeitaram o seu Rei, desconsiderando os Seus milagres e recusando crer em Suas palavras. Quando Cristo começar a tratar novamente com Israel, durante a Tribulação, a doutrina dos quatro evangelhos sobre a Tribulação entrará em pleno vigor.

Divisão 1 no NT: A primeira linha divisória está na cruz.


Após a cruz, há doutrinas diferentes de [ou adicionais a] as que havia antes dela. A principal delas é que antes da cruz era necessário aos judeus crerem e aceitarem Jesus como o Messias prometido, mas, imediatamente após a cruz [a rigor, após o túmulo vazio], eles também tiveram de crer e aceitar a Sua morte vicária, Seu sepultamento e Sua ressurreição (a ressurreição do Senhor foi um evento que até mesmo os apóstolos não compreenderam, até mesmo por algum tempo depois de ter acontecido).

De fato, algumas novas doutrinas começaram na cruz mas não foram conhecidas até a revelação de Paulo. Por exemplo,
     
Efésios 2:14-16
“14 ¶ Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um; e, derrubando a parede de separação que estava no meio, 15 Na sua carne desfez a inimizade, isto é, a lei dos mandamentos, que consistia em ordenanças, para criar em si mesmo dos dois um novo homem, fazendo a paz, 16 E pela cruz reconciliar ambos com Deus em um corpo, matando com ela as inimizades.”

Nos dias da cruz [e do túmulo vazio], ninguém entendia que em Cristo já não havia uma divisão entre judeus e gentios. Essa é uma enorme diferença doutrinal que entrou em vigor imediatamente, mesmo que ela permaneceu não revelada [por algum tempo]. Então, se a primeira linha divisória começa na cruz, onde essa divisão termina? Onde está a segunda linha divisória?

Divisão 2 no NT: A segunda linha divisória é a conversão de Paulo [e suas epístolas desde Romanos até Filemon].


[NOTA DE HÉLIO: Tenho a mais firme convicção de que o dispensacionalismo é absolutamente essencial a uma interpretação coerentemente literalista da Bíblia (de Gênesis a Apocalipse) e, provavelmente, é uma das maiores bênçãos e a maior de todas as chaves para o correto entendimento da Palavra e todas as doutrinas da Teologia Sistemática; fico com a forma mais clássica do dispensacionalismo, com 7 dispensações, mas não brigo por esse número se aparecer alguém que somente aceite 5 ou mesmo 2 dispensações: acredito que o mais essencial é que se perceba, pelo menos, que há uma diferença entre a Lei e a Graça, entre Israel e as igrejas, e que se creia que Cristo voltará corporalmente para reinar literalmente por mil anos literais, sobre toda a terra, com a nação de Israel restaurada, etc. Mas rejeito o assim chamado hiperdispensacionalismo (http://solascriptura-tt.org/Seitas/HeresyCalledHyperDispensationalism-Ruckman.htm), cujos defensores são meio confusos e subdivididos e discordantes entre si, alguns vendo o início da dispensação das igrejas somente no capítulo 8 de Atos, outros no 9, outros no 13, outros no 18, outros no 28. Parece-me até que alguns raros superextremados chegam a ver uma dispensação de At 1 a 8, outra de 9 a 12, outra de 13 a 17, outra de 18 a 27, outra a partir de At 28 (se entendi errado, por favor me esclareçam). Isto resulta em que, entre outras coisas, alguns deles recusem batizar seja quem for, e seja como for. Bem, não acredito que a autora chegue a ser hiperdispensacionalista nestes sentidos, mas temo que talvez passe um pouco do meu ponto de dispensacionalismo, pois, embora eu até tolere quem vê um período de cerca de 40 anos de transição (ou de superposição) entre a dispensação de Israel e a dispensação das igrejas, período entre a cruz e a dispersão de Israel no ano 70 dC, não vejo tão claramente abruptas linhas divisórias de sub-partições (que tenham diferenças substanciais) dentro de nenhuma das 7 dispensações, inclusive dentro da dispensação das igrejas e dentro do livro de Atos.]

Os que realmente creem (literalmente) na Bíblia (do TR, claro) reconhecem Paulo como o apóstolo dos gentios, para as igrejas nesta dispensação. Deus o chamou depois de um último teste para convencer o Sinédrio a respeito do Messias prometido ser Jesus. Em Atos 7, Estêvão apresenta as credenciais do Senhor, mas seu apelo é totalmente rejeitado e ele é morto. Saulo (nome de Paulo antes de sua conversão) é introduzido neste capítulo.
     
Atos 7:58
“... E as testemunhas depuseram as suas capas aos pés de um jovem chamado Saulo.”

No capítulo seguinte [Atos 8, com a dispersão dos crentes, a salvação de mestiços samaritanos e do gentio eunuco etíope], Deus começa uma nova dispensação [contraste com a Nota de Hélio, acima], [no capítulo 9 havendo a salvação e chamado de] um novo apóstolo [Paulo, primordialmente para os gentios, e a vigência de] uma nova doutrina – embora, naquela ocasião, ninguém tenha tido conhecimento disso.

O homem que veementemente perseguia as igrejas foi salvo.
     
Atos 9:5
“5 E ele disse: Quem és, Senhor? E disse o Senhor: Eu sou Jesus, a quem tu persegues. Duro é para ti recalcitrar contra os aguilhões. 6 E ele, tremendo e atônito, disse: Senhor, que queres que eu faça? E disse-lhe o Senhor: Levanta-te, e entra na cidade, e lá te será dito o que te convém fazer.”

Quando Saulo reconheceu Jesus como o Senhor, ele logo foi salvo pela graça, através da fé, sem obras. Enquanto Saulo estava sendo levado para Damasco, o Senhor informou Ananias sobre a conversão de Saulo, de modo que, quando Saulo chegou a Damasco (Atos 9:27), Ananias o chamou de irmão.

Não muito após sua conversão, Saulo passou três anos no deserto, com o Senhor, o Qual lhe abriu o entendimento do Velho Testamento e revelou o ministério que Paulo deveria ter para com os gentios. Pessoalmente, creio que Paulo escreveu o Livro aos Hebreus nesse tempo, embora, pelo propósito de Deus, nunca tenha atribuído a autoria desse livro a si mesmo.
     
Gálatas 1:11,12,15-18:
“Mas faço-vos saber, irmãos, que o evangelho que por mim foi anunciado não é segundo os homens. Porque não o recebi, nem aprendi de homem algum, mas pela revelação de Jesus Cristo... Mas, quando aprouve a Deus, que desde o ventre de minha mãe me separou, e me chamou pela sua graça, revelar seu Filho em mim, para que o pregasse entre os gentios, não consultei a carne nem o sangue, nem tornei a Jerusalém, a ter com os que já antes de mim eram apóstolos, mas parti para a Arábia, e voltei outra vez a Damasco. Depois, passados três anos, fui a Jerusalém para ver a Pedro, e fiquei com ele quinze dias”.

Durante esse tempo, os outros apóstolos continuaram pregando o evangelho, conforme sempre faziam, sem [totalmente] perceberem que a doutrina da salvação havia mudado [estendendo-a a gentios, na dispensação das igrejas, e passando a salvação a ser somente pela graça através somente da fé, sem necessidade de obras que comprovassem tal fé]. Em Atos 10, a ordem por Deus dada a Pedro para pregar a Cornélio não foi a princípio bem recebida. Mesmo assim [depois de pregar e surpreender-se com a salvação de gentios romanos], Pedro reconheceu que os gentios haviam recebido o Espírito Santo, exatamente como acontecera aos crentes judeus, no cenáculo.
     
Atos 11:15-17:
“E, quando comecei a falar, caiu sobre eles o Espírito Santo, como também sobre nós ao princípio. E lembrei-me do dito do Senhor, quando disse: João certamente batizou com água; mas vós sereis batizados com o Espírito Santo. Portanto, se Deus lhes deu o mesmo dom que a nós, quando havemos crido no Senhor Jesus Cristo, quem era então eu, para que pudesse resistir a Deus?

Apesar da conversão de Cornélio, a mudança que Cristo fez na doutrina [de salvação, estendendo-a a gentios, na dispensação das igrejas, passando a salvação a ser somente pela graça através somente da fé, sem necessidade de obras comprobatórias da fé] não foi totalmente aceita por todos os judeus convertidos, somente acabando essa resistência pela ação do Espírito Santo na conferência em Jerusalém, conforme Atos 15. (Em geral, os crentes demoraram a reconhecer a verdade do Senhor).

Desse modo, desde a conversão de Paulo até o Arrebatamento pré-milenial dos crentes, temos a dispensação chamada de dispensação das igrejas. Durante aproximadamente 2.000 anos a doutrina da igreja tem sido encontrada nas epístolas de Paulo - desde Romanos até Filemom [Hebreus foi o único livro escrito por Paulo não dirigido primariamente a alguma das igrejas, nem a nenhum de seus membros]. Temos aqui, portanto, a próxima linha divisória. Filemon é o último livro [direta e primordialmente] da dispensação das igrejas.

Divisão 3 no NT: De Hebreus ao Apocalipse, temos os livros com doutrinas [direta e primordialmente] para a Tribulação.


Permitam-me dizer, novamente, que toda a Escritura é para o nosso ensino e admoestação. E que grandes verdades [que devem ser aplicadas nas vidas dos salvos das igrejas locais] são encontradas nestes livros [Hebreus - Apocalipse]. Contudo, a doutrina separa estes livros das epístolas da dispensação das igrejas (mesmo que algumas doutrinas sejam iguais). São as exatas palavras nas duas dispensações distintas que mostram a divisão. Alguns versos já foram dados sobre a diferença na doutrina da salvação, embora existam também outras diferenças de doutrina. Lembrem-se ainda que a doutrina da Tribulação também é encontrada nos quatro evangelhos [mesmo também abrangendo eles doutrinas iguais ou similares às para nossa dispensação das igrejas]. Sugiro que vocês mesmos examinem o contexto dos exemplos, pois não estarei dando extensas explicações (ademais, os exemplos também não serão dados em nenhuma ordem especial).

      Mateus 24:13: “Mas aquele que perseverar até ao fim será salvo”.

VERSUS

      1 Coríntios 1:7-8: “De maneira que nenhum dom vos falta, esperando a manifestação de nosso Senhor Jesus Cristo, O qual vos confirmará também até ao fim, para serdes irrepreensíveis no dia de nosso Senhor Jesus Cristo”.

[Será possível que alguém não veja ... ?!?!?]
Quem crer durante a Tribulação terá
de perseverar até o fim para que possa receber a sua completa salvação, na segunda vinda do Senhor [para Seus pés tocarem a terra e Ele corporalmente reinar sobre toda ela] (Mateus 13:49; 1 Pedro 1:7-8). Por outro lado, até a hora do Arrebatamento, o Senhor Jesus Cristo garante a salvação ao santo da dispensação das igrejas [somente pela fé, independente de obra ou sofrimento].

Vejamos mais um exemplo conhecido:

     
Romanos 4:2,5:
“Porque, se Abraão foi justificado pelas obras, tem de que se gloriar, mas não diante de Deus... Mas, àquele que não pratica, mas crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é imputada como justiça”.

 VERSUS

      Tiago 2:21-24: “21 Porventura o nosso pai Abraão não foi justificado pelas obras, quando ofereceu sobre o altar o seu filho Isaque? 22 Bem vês que a fé cooperou com as suas obras, e que pelas obras a fé foi aperfeiçoada. 23 E cumpriu-se a Escritura, que diz: E creu Abraão em Deus, e foi-lhe isso imputado como justiça, e foi chamado o amigo de Deus. 24 Vedes então que o homem é justificado pelas obras, e não somente pela fé.”

[Tiago escreveu aos judeus na dispersão, enquanto Paulo escreveu aos crentes, da dispensação das igrejas].
[Será possível que alguém não veja ... ?!?!?]

Os que realmente creem (literalmente) na Bíblia (do TR, claro) reconhecem estes versos como polos opostos. Por isso, muitos desses crentes torcem os significados destes versos, tentando conciliá-los. (Por exemplo, onde na Bíblia é dito que Abraão foi justificado “diante dos homens “quando ofereceu Isaque? Não o faz.) Na qualidade de pai espiritual de ambos os gentios e judeus, Abraão é único. Como um gentio (Gn 12 relata as promessas de muitas, maravilhosas e imperdíveis bênçãos de Deus, para Abraão abandonar Ur dos Caldeus e marchar para uma terra que não conhecia), Abrão creu em Deus, e isso lhe foi imputado como justiça [Tiago 2:23]. Como judeu (Em Gn 22, Deus testa Abraão e ordena que sacrifique seu único filho da promessa), Abraão obedeceu a Deus, e que lhe foi imputado para justiça ([Romanos 4:5 e] Tiago 2:24). Veja Romanos 4:9-16 para uma explicação bíblica adicional.


[“9 ¶ Vem, pois, esta bem-aventurança sobre a circuncisão somente, ou também sobre a incircuncisão? Porque dizemos que a fé foi imputada como justiça a Abraão. 10 Como lhe foi, pois, imputada? Estando na circuncisão ou na incircuncisão? Não na circuncisão, mas na incircuncisão. 11 E recebeu o sinal da circuncisão, selo da justiça da fé, quando estava na incircuncisão, para que fosse pai de todos os que creem, estando eles também na incircuncisão; a fim de que também a justiça lhes seja imputada; 12 E fosse pai da circuncisão, daqueles que não somente são da circuncisão, mas que também andam nas pisadas daquela fé que teve nosso pai Abraão, que tivera na incircuncisão. 13 Porque a promessa de que havia de ser herdeiro do mundo não foi feita pela lei a Abraão, ou à sua posteridade, mas pela justiça da fé. 14 Porque, se os que são da lei são herdeiros, logo a fé é vã e a promessa é aniquilada. 15 Porque a lei opera a ira. Porque onde não há lei também não há transgressão. 16 Portanto, é pela fé, para que seja segundo a graça, a fim de que a promessa seja firme a toda a posteridade, não somente à que é da lei, mas também à que é da fé que teve Abraão, o qual é pai de todos nós,”]

 

Salvação, na dispensação das igrejas, é somente pela graça mediante somente a fé: Nenhuma obra é necessária [e nenhuma obra ou falta de obra pode fazer a salvação ser perdida. Nenhuma!]. Mas salvação na Tribulação exige fé e obras [obras especificadas por Deus como comprobatórias da fé]. Até mesmo Paulo disse que a salvação antes da cruz requeria obras (como as requererá depois do Arrebatamento). Romanos 11:6 diz: "já não é pelas obras", o que [clara e irrefutavelmente] significa que as obras eram antes exigidas (e o serão novamente).

      Mateus 6:14-15 “14 Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará a vós; 15 Se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai vos não perdoará as vossas ofensas.”

VERSUS

      Colossenses 2:13 “E, quando vós estáveis mortos nos pecados, e na incircuncisão da vossa carne, vos vivificou juntamente com ele, perdoando-vos todas as ofensas,

[Será possível que alguém não veja ... ?!?!?]
Santos da Tribulação são exigidos perdoar aqueles que transgrediram contra eles, antes e para que Deus possa perdoá-los. Santos da dispensação das igrejas, no entanto, já têm todos os seus pecados perdoados em Cristo. Esta é uma verdade doutrinal, mas é claro que, na nossa vida prática, também devemos perdoar os outros (Ef 4:32).

      Hebreus 3:12,14 “12 Vede, irmãos, que nunca haja em qualquer de vós um coração mal e infiel, para se apartar do Deus vivo. ... 14 Porque nos tornamos participantes de Cristo, se retivermos firmemente o princípio da nossa confiança até ao fim.

VERSUS

      2 Timóteo 2:13 Se formos infiéis, ele permanece fiel; não pode negar-se a si mesmo.


[Será possível que alguém não veja ... ?!?!?]
Os “irmãos” são advertidos em Hebreus 3 a continuarem crendo e não se apartarem de Deus, para que possam, eventualmente, [talvez, e se tiverem tido sucesso aos olhos de Deus] ser feitos participantes de Cristo. Em Hebreus, um irmão que ceda terreno para o seu mal coração de incredulidade perderá sua salvação. Mas, na dispensação das igrejas, se um homem que creu [e, por isso, foi definitivamente salvo e já está eternamente seguro em Cristo] deixar de crer [!!!] ainda estará salvo: Cristo não pode negar parte de seu próprio corpo.
[NOTA DE HÉLIO: Acho que estas palavras “se um homem que creu deixar de crer” são um mero argumento da autora, do tipo “ainda que o impossível pudesse acontecer, mesmo assim ...”. Nunca vi na Bíblia ninguém que creu biblicamente deixar de crer. Sim, há coisas que podem voltar atrás (criança eu gostava de banho de mar, hoje não gosto), mas há coisas que não podem voltar atrás de modo nenhum: mesmo se eu quisesse, não poderia esquecer que conheci e vivi numa cidade, que conheci minha esposa, que ela e meus filhos são maravilhosos, que 2+2=4, que Charles Smith fielmente me falou o mais puro evangelho 26 sábados, que Cristo me salvou, etc. Mesmo que uma doença ou droga ou hormônio me façam agir e parecer totalmente diferente de hoje, ou me deixem um vegetal em coma, lá dentro do meu espírito continuarei sabendo e crendo tudo que sei e creio. Há coisas que não mudam depois de um instante crítico de decisão: na Bíblia, não há o menor sinal dos demônios poderem se arrepender e voltar a Deus, dos santos anjos que foram leais a Deus virarem revoltosos, de um perdido no inferno se arrepender e crer, de uma pessoa que creu e foi salva durante a dispensação das igrejas deixar de crer e se perder, de um salvo, já na eternidade futura depois do Milênio se perder, etc.]

Aqui se segue um último contraste sobre a perda da salvação durante a Tribulação.

      Hebreus 10:26, 29, 38, 39: “26 Porque, se pecarmos voluntariamente, depois de termos recebido o conhecimento da verdade, já não resta mais sacrifício pelos pecados, ... 29 de quanto maior castigo cuidais vós será julgado merecedor aquele que pisar o Filho de Deus, e tiver por profano o sangue da aliança com que foi santificado, e fizer agravo ao Espírito da graça? ... 38 Mas o justo viverá da fé; E, se ele recuar, a minha alma não tem prazer nele. ... 39 Nós, porém, não somos daqueles que se retiram para a perdição, mas daqueles que creem para a conservação da alma”.

VERSUS

      Romanos 8:38-39: “38 Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, 39 Nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor.”


[Será possível que alguém não veja ... ?!?!?]
Nos anos da Tribulação, um crente santificado então salvo pode deixar de crer e pode retroceder para a perdição, e pode, desse modo, perder a salvação. Enquanto isso, os crentes na dispensação das igrejas estão eternamente garantidos, a despeito de tudo.





Conclusão:

Deus ordena que os crentesretamente façam o corte e dividamSuas palavras. Por que, então, bons cristãos fazem um milkshake de versos, sempre que estes dizem coisas opostas? Não se trata apenas de uma interpretação faltosa, mas de não se crer nas palavras, conforme elas ali se encontram. Os charlatães e os hereges torcem, manipulam as palavras de Deus para enganarem, o que os cristãos nunca devem fazer. É mais honesto admitir: “Não entendo o que este verso quer dizer” do que torcê-lo, “esculpi-lo” a fim de adaptá-lo à nossa compreensão.

Nós, os crentes da Bíblia King James [ou, no Brasil, os que realmente cremos (literalmente) na Bíblia (do TR, claro)], sabemos quão importante é cada palavra individual. Jamais deveríamos pensar em mudar uma palavra sequer na Bíblia
[Conforme têm feito os editores das versões modernas]. Todavia, muitos de nós, quando encontramos dificuldade em compreender um verso, torcemos a meridiana significação do mesmo, dando uma interpretação particular a alguma de suas palavras, de modo que o verso possa ser adaptado para concordar com a doutrina da dispensação das igrejas. [Que os dominionistas continuem fazendo isso, porque um dia terão da dar contas dos seus atos no Tribunal de Cristo].

Amados irmãos: estas coisas jamais deveriam acontecer. Dividir corretamente a palavra da verdade não significa entender correta e totalmente, mas [apenas] dividir corretamente!

      Filipenses 4:8:
“Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai.”







Artigo de D. J. Root (
1611kingjames@att.net).

Traduzido e adaptado por Mary Schultze, em 20/07/2012.






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Maiores detalhes sobre DISPENSACIONALISMO no site da Igreja de Quinta do Conde (http://www.iqc.pt.vu/):

Ser Dispensacionalista
As Dispensações
Dividindo bem a Palavra da Verdade
Os Princípios e as Dispensações de Deus
A Divisão Mais Importante da Bíblia
Distinções Bíblicas
Embaixadores de Cristo
Dons Sinais - Milagres
O Sábado
Os Ensinos de Jesus


Ou, no site http://solascriptura-tt.org:

Dispensacionalismo. 7 Dispensacoes. Plano de Deus atraves dos Seculos -- Helio 
Dispensações E as Aliancas de Deus, as -- Alcino L. Toledo 
Dispensational Chart, a -- Timothy S. Morton Gráfico das 7 Dispensações, com detalhes.
Distincoes Biblicas -- Word Of Grace 
Livros E Artigos sobre Dispensacionalismo -- Helio - J. Eduardo - H. Rafeiro 
Metodo Normal-Literal para Interpretacao da Profecia Biblica, o -- D. Cloud 
Sete Dispensações, as -- Hélio. As exigência, fracasso e punição em cada uma das 7 dispensações (período de tempo e sistemas de princípios) de Deus para a humanidade, através dos séculos.
Sete Dispensacoes, as -- Ig. Quinta do Conde

 

 





Só use as duas Bíblias traduzidas rigorosamente por equivalência formal a partir do Textus Receptus (que é a exata impressão das palavras perfeitamente inspiradas e preservadas por Deus), dignas herdeiras das KJB-1611, Almeida-1681, etc.: a ACF-2011 (Almeida Corrigida Fiel) e a LTT (Literal do Texto Tradicional), que v. pode ler e obter em BibliaLTT.org, com ou sem notas).



(Copie e distribua ampla mas gratuitamente, mantendo o nome do autor e pondo link para esta página de
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Somente use Bíblias traduzidas do Texto Tradicional (aquele perfeitamente preservado por Deus em ininterrupto uso por fieis): BKJ-1611 ou LTT (Bíblia Literal do Texto Tradicional, com notas para estudo) na bvloja.com.br. Ou ACF, da SBTB.