MARAVILHAS DE GÊNESIS 6

 

‘REVISITADO’

Os Filhos de Deus – O arrependimento de Deus – A origem dos demônios – Os 120 anos

Alexander da Silva Vasconcelos[1]

Toda a Palavra de Deus é pura; escudo é para os que confiam nele. Nada acrescentes às suas palavras, para que não te repreenda e sejas achado mentiroso”.[2] Provérbios 30:5,6

 

“Abre tu os meus olhos, para que veja as maravilhas da tua lei”.[3] Salmo 119:18

 

 

Com estes imperativos em mente, vamos analisar a passagem em questão, especificamente os versículos de um até o doze.

Quando os filhos de Deus tomaram para si as filhas dos homens algo de muito grave aconteceu. Quem eram eles?

Em todas as outras passagens no Antigo Testamento onde aparece a expressão “filhos de Deus” sempre se referem aos anjos (Jó 1:6; 2:1; 38:7; Dn 3:25). Aqui seria diferente? Comecemos pelos esclarecimentos que nos são dados por Judas:

Alguns têm alegado que no v. 7 o pronome demonstrativo “AQUELE” deveria ser traduzido por “ESTES” como nas demais ocorrências dele no texto grego (vv. 8,10,12,14,16,19). Mas é isso aquilo que a estrutura textual indica?

Leia o v. 7 com o pronome “ESTES” e depois leia o v.8 e veja se não é estranho? Se Judas falava dos “homens ímpios” no v. 7 (e não dos anjos), por que o v. 8 começa com a frase “e, contudo, também estes”?

A conjunção “contudo” liga os exemplos dos vv. 5, 6 e 7 com os “homens ímpios” a que Judas se refere exatamente com a idéia de adversidade, ou seja, apesar dos exemplos registrados na história bíblica de condenação de hereges, os “homens ímpios” do v. 4 ainda assim repetem os mesmos pecados. Se eles são mencionados no v. 7, por que Judas usou essa conjunção?

Observemos ainda o uso da partícula de inclusão (ou advérbio, para alguns gramáticos) “TAMBÉM”. Ela não seria necessária somente se Judas NÃO tivesse mencionado os “homens ímpios” no v. 7? O uso dela no v. 8 não seria para AGORA contabilizá-los no grupo dos ímpios anteriormente exemplificados?

Onde encaixar os “semelhantemente adormecidos” do v. 8? Uma vez que já foram supostamente mencionados no v. 7, seriam os “homens ímpios” do v. 4 semelhantes a eles próprios?

Se Judas tivesse se referido aos “homens ímpios” do v. 4 no v. 7, o v. 8 não começaria assim: “estes são adormecidos, contaminam sua carne...”?

As respostas a essas perguntas não nos levariam a seguinte conclusão: os habitantes de Sodoma e Gomorra se entregaram à FORNICAÇÃO da mesma forma que os ANJOS (de Gn 6), recebendo ambos, mais os ingratos incrédulos do Egito, o juízo Divino; exemplos esses ignorados pelos homens ímpios combatidos por Judas? CERTAMENTE QUE SIM!

 

Em segundo lugar, em Mateus 22:30 (e Mc 12:34,35 e Lc 20:34-36) Jesus afirma que nós (os salvos), na ressurreição, seremos “como os anjos de Deus NO CÉU”. Quando estão aqui na Terra, entre nós, como são os anjos de Deus?

Em Gênesis 18 e 19 (especificamente 18:1-3,16,22; 19:1) nos carvalhais de Manre, eis três HOMENS em pé junto a ele. Abraão pôs tudo diante deles... e comeram. Então viraram aqueles [dois] homens os rostos dali, e foram-se para Sodoma; mas Abraão ficou ainda em pé diante da face do SENHOR. De repente... vieram os dois ANJOS a Sodoma à tarde!

Em Juízes 13 Manoá levantou-se... e foi àquele homem, e disse-lhe: és tu aquele homem que falou a esta mulher? E disse: eu sou... deixa que te detenhamos, e te preparemos um cabrito... Ainda que me detenhas, não comerei de teu pão; e se fizeres holocausto o oferecerás ao SENHOR. Porque não sabia Manoá que era o anjo do SENHOR [motivo pelo qual não aceitou o convite para cear].[4]

 

Por fim, os anjos são referidos nas Escrituras por nomes próprios do gênero masculino: “o HOMEM Gabriel” em Dn 9:21 e “o ANJO Gabriel” em Lc 1:26; Dn 10:13,21; 12:1; Jd 9; Ap 12:7 (relacionados ao arcanjo Miguel). [5]

 

O que podemos concluir? Entre nós, os anjos têm forma e aparência humanas, de homens (até em visões: Ez 8 e 9; Dn 10 e 12). E sem asas![6]

 

Diante do acima exposto, voltemos ao texto em questão.

 

No versículo 4 temos uma frase muito intrigante: “e também depois”. Depreende-se que havia alguns homens (filhos de homens com mulheres) pré-diluvianos de grande estatura; este fato, apesar de existente, pela própria estrutura do versículo (parte a)[7], não é corriqueiro, mas exceções, assim como em casos específicos após o dilúvio (Nm 13:32,33; Dt 3)[8] e alguns raríssimos casos hodiernos.[9]

Contudo, a parte b[10] do versículo evidencia que as relações entre mulheres e anjos produziam com grande freqüência, como característico dessa relação, gigantes. Além disso, somente do fruto dessa relação, é que Moisés nos diz que surgiram “os valentes que houve na antiguidade, os homens de fama”.[11]

 

O que de tão grave resultou dessa relação para que Deus decretasse o fim de toda carne (v. 13)?

 

A exposição do irmão Wilbur Pickering é elucidativa: “...sabemos através da medicina moderna que cada ser humano leva nas veias o sangue do pai, não da mãe, de sorte que a raça mista mencionada em Gênesis 6:4 levava sangue demoníaco, não humano nas veias; e sabemos através do Texto Sagrado que o espírito humano é transmitido pelo esperma do homem, de sorte que aquela raça mista havia perdido o espírito humano, e presumivelmente a ‘imagem de Deus’ também. Se Satanás tivesse conseguido corromper todo o mundo, teria sido impossível o nascimento do Messias, o segundo Adão, e Gênesis 3:15 não poderia se cumprir”.[12]

Graças à presença do óvulo nessa relação, não se pode falar em perda total da imagem de Deus[13] motivo pelo qual tal descendência ainda é referida como ‘homens’ (vv. 4,5,6,7).[14]

 

Por que então Deus não destruiu tudo e começou do ‘zero’? Porque empenhara Sua palavra a Adão, fazendo-lhe uma promessa. Por que fizera tal promessa? “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”!

Logo, o emprego do verbo ‘arrepender-se’ em Gn 6:6 deve ser entendido como tristeza profunda e não como mudança de planos, senão Deus destruiria a todos sobre a face da terra sem preservar a ninguém; mas foi exatamente o que Ele não fez. E não o fez por amor![15]

 

O que Deus fez para resolver esse enorme problema? Por que tal incidente não se repetiu após o dilúvio? Como Deus o frustrou?[16]

O desvelo de tal resposta se inicia com os relatos de Pedro e Judas:

Porque, se Deus não perdoou aos anjos que pecaram, mas, havendo-os lançado no inferno (ταρταρώσας - Tártaro),[17] os entregou às cadeias da escuridão, ficando reservados para o juízo”. II Pedro 2:4

‘Tártaro’, única vez que aparece no NT, mesmo assim de fácil compreensão para os leitores da epístola,[18] uma vez que Pedro não precisou mais do que ‘cadeias da escuridão’, que traz a noção de limitação de movimentos, de detenção; não de reclusão, de clausura. Quem diz? Judas: E aos anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria habitação, reservou na escuridão e em prisões eternas até ao juízo daquele grande dia”. Judas 5

 Veja que Judas nos dá a noção de cadeias (de Pedro) como ‘reserva’ e limita a noção de ‘prisões’. ‘Eternas’ tem o sentido figurado uma vez que vem acompanhada da preposição ‘até’, cujo conteúdo significativo fundamental é de aproximação de um limite com insistência nele[19], e eternidade é algo sem limites![20]

A peregrinação ao grego conduzirá quem for às mesmas conclusões:

“HAVENDO-OS LANÇADO NO INFERNO – O abismo, um lugar de miséria desconhecida. OS ENTREGOU – Como criminosos condenados são entregues a uma custódia segura, como se presos com correntes mais fortes em uma masmorra de trevas, ficando reservados para o julgamento do grande dia. Embora ainda aquelas correntes não prejudiquem que freqüentemente andem para cima e para baixo procurando quem possam tragar”.[21]

“OS ENTREGOU ÀS CADEIAS DA ESCURIDÃO – ‘Onde a escuridão repousa está como correntes sobre eles.’ (Rob. Lex.). O sentido parece ser, que eles estão confinados na escura casa-de-prisão, como se por correntes. Não devemos supor que os espíritos estão literalmente amarrados, mas que era comum amarrar ou algemar os presos que estavam nas masmorras, e a representação aqui é tomada a partir desse fato. Esta representação que a massa dos anjos caídos estão confinados no Tártaro, ou no inferno, não é incompatível com as representações que ocorrem em outros lugares [da Bíblia], que é permitido a seu líder vagar pela Terra, e que mesmo [a] muitos dos espíritos é permitido tentar os homens. Pode ser ainda verdade também que as massas são confinadas dentro dos limites da sua escura habitação; e pode até mesmo ser verdade também que Satanás e aqueles que têm permissão para vagar pela Terra estão em cativeiro, e estão autorizados a vagar somente dentro de certos limites, e que eles estão assim restringidos para que sejam levados a julgamento no último dia”.[22]

“[II Pedro 2:]4. SE – A apódose (ou membro conseqüente) da sentença não é expressa, mas está virtualmente contida em 2 Pedro 2:9. Se Deus no passado tem punido os ímpios e salvo o Seu povo, podemos ter certeza de que Ele também fará isto nos nossos dias (compare com o final de 2 Pedro 2:3); ANJOS – as mais elevadas das criaturas inteligentes (compare com esse versículo, Judas 1:6), mas não foram poupados quando pecaram; INFERNO – grego, “Tártaro”. Esta palavra grega não ocorre em nenhum outro lugar no Novo Testamento ou na Septuaginta.[23] É equivalente ao grego habitual, “Geena”. Não é inconsistente com 1 Pedro 5:8, pois, embora o destino final desses anjos caídos seja o inferno, todavia, por um tempo, eles são autorizados a perambular fora dele nas “trevas deste mundo”; ESCRAVOS DO TÁRTARO (chamado de “o abismo”, ou “profundezas”, Lucas 8:31; “o poço sem fundo”, Apocalipse 9:11) também pode vir sobre a terra. Passo a passo eles são dados para o Tártaro, até que finalmente eles serão totalmente presos a ele; ENTREGOU – tal como o juiz entrega o prisioneiro condenado para os agente penitenciários (Apocalipse 20:2); ÀS CADEIAS – (Judas 1:6). Os manuscritos mais antigos têm a leitura, “covis”, como traduz Alford: o grego, no entanto, pode, em grego helenístico, significar “correntes”, como Judas expressa. Eles estão “reservados” à “negrura das trevas” [Judas 1:13] do inferno como sentença final, condenação final, danação final, e, enquanto isto não se completa, sua exclusão da luz do céu já foi iniciada. Assim, os ímpios foram considerados como praticamente “na prisão” (embora ainda estejam largamente sobre a terra) desde o momento em que a sentença de Deus saiu, embora não tenha sido executada até cento e vinte anos depois”.[24]

 

Até mesmo entre aquele que negam serem anjos os “filhos de Deus” de Gn. 6, tal noção é admitida (mesmo que de forma um tanto confusa!):

 “O julgamento que se seguiu ao pecado dos anjos inclui o seu lançamento no inferno (tartaros; II Pe 2:4), acorrentados na escuridão, e o seu juízo no dia futuro. O uso da palavra ‘cadeias’ (ARC) dá a impressão de que seus movimentos são restritos, e portanto não podem ser os demônios sobre os quais lemos nos Evangelhos, mas a essência do trecho é que estão restritos aos abismos de trevas, portanto por onde vagueiam nunca podem escapar da escuridão. As palavras ‘lançado no inferno’ (tartaroo) é um particípio no tempo aoristo e poderia ser traduzido ‘os tatarizando’, portanto é a sua condição e não o seu lugar de habitação que é mencionada. Antes da sua queda, estes anjos eram luzes brilhantes, mas agora são poderes das trevas”.[25]

 

Os anjos caídos foram reservados na escuridão, impedidos de terem forma e aparência humanas. Categoricamente falando, esta é a origem dos ‘anjos’ do Diabo, dos demônios, aqueles que precisam de corpos de humanos para operar entre nós de forma concreta![26]

 

Filosoficamente falando, existe um tipo de ‘cadeias’ para cada tipo de liberdade que cada ser humano deveria gozar: para a liberdade de locomoção existem os presídios; para a liberdade de expressão impõem-se a censura[27] (muito comum durante o regime militar brasileiro por meio de leis (AI-5) e organismos (DOPS, SNI)); para a liberdade de pensamento, de consciência, de reflexão tem-se valido da alienação, ocupação das pessoas com dados que não informam, mas consomem muito de seu tempo, entretendo a mente e amortecendo a consciência, de certa forma brutalizando sua audiência. É do senso douto que dos três tipos de ‘cadeias’ o pior é exatamente aquela que não é material, palpável, visível... Logo, não deveria causar estranheza tal afirmativa... Ela é possível, provável, viável, bíblica.

 

Mais recentemente, a Ciência, serva das Escrituras, por meio de seu ramo Tecnologia, veio corroborar nossa análise, no que muito nos regozija! Vide a Reportagem de 1ª Página do Jornal “O Imparcial” de 8 de janeiro de 2018, intitulada “Longe delas – Tornozeleiras eletrônicas usadas no combate à violência contra a mulher”!![28]

 

Harmonizando-se com as passagens supra, e também denunciando o ‘arquiteto’ desse grande ataque, vejamos Apocalipse 12.

Nos versículos 1 e 2 fala-se de “um grande sinal no céu: uma mulher...” facilmente identificada com a nação de Israel.[29] Existe uma personagem que interage com tal ‘mulher’ e é na descrição desta que João faz revelações impressionantes.

“E viu-se outro sinal no céu: e eis que era um grande dragão vermelho...”. Até aqui ele está sozinho. Mas de repente, “a sua cauda levou após si a terça parte das estrelas do céu”.[30] Onde foi que tais ‘estrelas’ foram parar? O dragão “lançou-as sobre a terra”!? Depois, nos versículos 7 a 9, ele não está mais sozinho, mas com ‘os seus anjos”![31] Coincidência ou harmonia? Confusão ou precisão? Particular interpretação ou clara exposição?[32]

 

Tal análise traz certeza ao parecer de um teólogo quando dizia a respeito dos demônios que “ao que parece, espíritos destituídos de seus corpos (Mt 12:43-45; Mc 5:10-13)”,[33] ‘fechando o círculo’ da necessidade da possessão demoníaca, pois sem corpos, os demônios não podem atuar em nosso mundo ‘como se fossem humanos’, necessitando de corpos 100% humanos.[34]

Entende-se também o porquê da não repetição dessas relações até o presente momento. Mesmo numa eventual relação sexual em que um dos parceiros esteja endemoninhado, os corpos ainda são de humanos; e numa eventual gravidez, o fruto também é 100% humano.[35]

 

Os filhos de Deus... o arrependimento de Deus... a origem dos demônios. Falta-nos abordar os 120 anos: qual o seu significado? Quais suas implicações?

 

Há geralmente duas respostas. Uma delas afirma que daquele momento em diante os homens passariam a ter como expectativa de vida ao nascerem 120 anos (no máximo). Para onde a evidência (bíblica) aponta?

Depois do dilúvio, Noé viveu 350 anos. Mas ele fora favorecido pela estrutura do mundo daquela época. Tudo bem! É verdade! Mas também é verdadeira a lista de Gênesis 11! E mais: Abraão, que nasceu 350 anos após o dilúvio, viveu 175 anos. Sara viveu 127. Jacó viveu 147... José é o primeiro a ser mencionado na Bíblia a morrer de velhice com menos de 120 anos, isto já se passando 713 anos após o dilúvio.[36]

Já nos tempos de Moisés... se observava que “os dias de nossa vida chegam a setenta anos, e se alguns, pela robustez, chegam a oitenta anos, o orgulho deles é canseira e enfado, pois cedo se corta e vamos voando” (Sl 90:10), assinalando não haver relação entre Gn 6:6 com expectativa de vida. O próprio destaque dado aos ‘longevos’ 120 anos de Moisés, em que “seus olhos nunca se escureceram, nem perdeu o seu vigor” (Dt 34:7), demonstram que tal situação (de 120 anos) já não era corriqueira nestes tempos, mas exceção.

Logo, a derrocada da expectativa de vida após o dilúvio ocorreu de forma gradativa como conseqüência das drásticas mudanças geomorfoclimáticas provocadas pelo catastrófico juízo Divino[37], nada relacionada com Gn 6:3.

 

A outra resposta fala que esses 120 anos representariam o tempo decorrente entre o chamado de Noé (Gn 6:13,14) e sua entrada na arca (Gn 7:6,13,16). Mas há algo nessa resposta que ‘incomoda’: quando lhe nascem seus filhos, ele tinha 500 anos (Gn 5:32) e quando entra na arca, tinha 600. Onde encaixar os 20 anos da diferença? Inicialmente a resposta está na correta compreensão do caráter missionário de Deus. Vejamos:

Tanto em João 1:1-18 quanto em Romanos 11:11-36 vemos que Deus tem adotado até agora 3 métodos para lidar com os humanos:

1º) Romanos 11:30a: revelação (comunicação) direta com todos os humanos (ler Jó 21:7,13-15; 22:15-17; Gn 3:8,9; 12:1; 18:1-33; 20:1-18; 31:24; Ex 3:1-22; 20:1,18-21; Nm 22:8-13...). Este método vigorou de Adão até o pleno estabelecimento do Estado de Israel. De Abrão até Moisés percebe-se o período de transição entre o 1º e o 2º método;[38]

2º) Romanos 11:30b-31a: Deus lida diretamente só com Israel, usando-o como nação sacerdotal a favor dos povos (Gn 12:1-3). Através das maravilhas que Deus operava em Israel e a seu favor, Ele atraía os outros povos (gentios) à Si (Ex 7:1-5; 9:18-21; Js 2:1-24; 9:8-11,21-27...). Este método vigorou desde a saída do Egito (Ex 4:22) até a descida do Espírito Santo para habitar permanentemente nos crentes em Jesus (At 2);

3º) Romanos 11:31b: Deus lida diretamente com ambos (judeus e gentios) através de pessoas regeneradas e habitadas pelo Espírito Santo, proclamando o Evangelho (Rm 1:1-17). O método agora é nós, os crentes, irmos através do poder do Espírito Santo a toda criatura (At 1:8; Mc 16:15; Mt 28:18-20). A compreensão do papel de Jesus como missionário medianeiro entre o 2º e o 3º método está explicitada em Rm 15:1-13.[39]

 

Será que Deus já havia se pronunciado antes do chamado de Noé a respeito da destruição do mundo pré-diluviano? Se sim, o chamado de Noé vai estar vinculado a essas revelações e não ao nascimento de seus filhos. Tendo em mente o 1º método, em vigor nos tempos de Noé, o comentário de Arthur W. Pink nos auxilia:

“É certo que os homens crentes daquela época deveriam ter bom testemunho que revelasse sua fé no Salvador. A conduta desses homens deveria ser bem marcante. Arthur Pink, em seu livro ‘Glenings in Genesis’ comenta a história de Enoque e Matusalém, Gn 5:21-27, sugerindo que, tirando todas as pontuações do versículo 22, pois era a escrita no original, verifica-se que Deus fora ao encontro de Enoque quando lhe nascera Matusalém e desse encontro se originou o nome de seu filho, cujo significado é: quando morrer virá ou Matusalém. Judas, na sua epístola, fala de Enoque como proclamador da segunda vinda do Messias à geração que viveu antes do dilúvio. ‘Andou Enoque com Deus’ daquele momento em diante e foi arrebatado antes do dilúvio (v. 24).[40] O mesmo também faz um cálculo matemático com respeito à validade da revelação de Deus: o v. 25 diz que Matusalém gerou Lameque quando tinha a idade de 187 anos. No v. 28, afirma que com 182 anos Lameque gerou Noé. Logo, quando nasceu Noé, Matusalém tinha 369 anos, que é a soma de 187 mais 182. O dilúvio começou quando Noé atingiu a idade de 600 anos (Gn 7:11), portanto, Matusalém deveria ter alcançado a idade de 969 anos e morrido, ou seja, a soma de 369 mais 600 anos. Nesse ano da vida de Noé, Deus cumprira a revelação que dera a Enoque, fazendo de Matusalém uma testemunha viva de que, antes do juízo vir, seria muito longânime e misericordioso. Através de Matusalém poderiam controlar a época do juízo. Quando morrer virá... o dilúvio. Por outro lado, quem foi em busca de Noé? Hb 11:4-7 diz literalmente que Noé foi movido a construir uma arca por temor à revelação recebida. Em Gn 6:9-22 é Deus (Elohim), o Deus de compromisso, contemplando a criação. ‘Assim fez Noé; conforme a tudo o que Deus (Elohim) lhe mandou, assim o fez’, por compromisso. Deus ama a raça e tem um compromisso com toda a criação, preservando-a [Hb 1:1-6; II Pe 3:7-12]. Aqui não é Deus convidando Noé para crer n’Ele e sim Deus se revelando a um que já era crente. Aparentemente Noé não se mostra surpreso com aquele modo de Deus se revelar a ele, sendo tal atividade normal entre eles [comparar com Is 6]. No cap. 7:1 é o Senhor (Jeová) que fala a Noé; aqui é Jeová julgando e é Jeová salvando também.[41]

 

De fato, nem precisamos tirar a pontuação vocálica do v. 22 (pois toda ela em todo o Texto Massorético é original)[42] nem precisamos ir ao hebraico.

Verifiquemos um recorte da palestra “Deus conhece o futuro de antemão” de Norbert Lieth, proferida na Conferência  Bíblica da Chamada da Meia-Noite em 2001:[43]

“Genealogia de Sete (Gn 5)

Lembremos que: ‘... eu sou Deus, e não há outro Deus... que anuncio o fim desde o princípio’ (Isaías 46).

 

 

DESCENDÊNCIA DE SETE:

SIGNIFCADO DOS NOMES:

Adão

Homem/humanidade

Sete

Estabelecido/determinado

Enos

Mortal/homem pecaminoso

Cainã

Medo/chorar/preocupação

Maalalel

O Deus abençoado

Jerede

Descerá

Enoque

Ensinar/consagrado a Deus

Matusalém

Sua morte traz

Lameque

O homem desesperado/violente

Noé

Descanso/paz/consolo

 

Fazendo uma frase com os significados dos nomes acima:

‘Ao homem está estabelecido da morte ter medo, mas o Deus abençoado descerá para ensinar. Sua morte traz ao desesperado consolo (ou paz)’.

Esta é a mensagem do Evangelho completo, nos 10 nomes da descendência de Sete!”[44]

(Uau! Nas palavras de Chuck Missler: “você nunca me convencerá que um grupo de rabinos judeus tramou a ocultação do Evangelho do Messias em uma genealogia de sua venerável Tora!)

Somando-se um ao outro e comparando com Jó 21:13-15 e 22:15-17, vemos que desde de Enoque Deus decretara o fim da raça pré-diluviana[45]. Isto explica também as palavras de Lameque que “este [Noé] nos consolará acerca de nossas obras e do trabalho de nossas mãos, por causa da terra que o SENHOR amaldiçoou” (Gn 5:29, grifo nosso).

Amaldiçoou com que? “Com dor comerás dela todos os dias da tua vida. Espinhos, e cardos também, te produzirá...”? Não. Porque se fosse à maldição de Gn 3:17-19 que Lameque estivesse se referindo, então Deus falhou, pois até hoje ela existe. Logo, concluímos que Lameque se refere à profecia revelada a Enoque, sendo o ‘consolo de nossa obras’ o cumprimento de tudo que os crentes daquela época haviam pregado.

 

Enfim, a conclusão é que o chamado de Noé está intimamente relacionado com as revelações de Deus aos seus servos pré-diluvianos. Logo, Deus chamou Noé quando ele tinha 480 anos.[46]

 

Como assim?! E Gn 6:18? No chamado de Noé, Deus lhe revelou que sua família, que ele ainda haveria de constituir futuramente (vinte anos depois falando de filhos, não do casamento necessariamente),[47] é que entrariam na arca, sendo que tal revelação coincide cronologicamente com a queda dos anjos (que foi a ‘gota d’água’ na depravação do mundo pré-diluviano), bem caracterizado pelo emprego do advérbio ‘então’ tanto no v. 3 quanto no v. 13, caracterizando-os como concomitantes, não havendo relação com o nascimento dos filhos de Noé.[48]

 

Recapitulando...

 

A expressão ‘filhos de Deus’ (de Gênesis 6 e de todo o VT) faz referência aos anjos; quando estão entre nós, eles têm forma humana: corpo e aparência.

Os anjos de Gn 6, sob influência satânica, fornicaram com as filhas dos homens. Desta relação surgiram ‘os valentes que houve na antiguidade, os homens de fama’.

Contudo, a proliferação desta super-raça corromperia, ‘tricotomicamente’falando, todo o mundo, tornando impossível o nascimento do Messias, comprometendo o cumprimento de Gn 3:15.

O dilúvio destruiu esta super-raça e os anjos (caídos) foram entregues às cadeias da escuridão, mudada sua condição para demônios.[49]

Deus preservou Noé, chamando-o e capacitando-o, não só a construir a Arca, mas também a pregar que o consolo somente é achado em Jeová, sendo talvez o ministério mais longo de que se tem notícia (120 anos), valendo-lhe os títulos de ‘herdeiro da justiça’ e ‘pregoeiro da justiça’.

Da revelação a Enoque até Noé, 369 anos; do nascimento de Noé até seu chamado, 480 anos; do chamado até o dilúvio, 120 anos. Total, 969 anos. Isto se chama: paciência Divina! (Romanos 9:19-24). Deus só não destruiu tudo porque empenhara sua palavra a Adão. E por amor; motivo pelo qual arrependimento dever ser entendido como profunda tristeza.

Contudo, exerceu Seu justo juízo, menos contra seus servos; pois a favor deles, Deus só exerce correção, nunca juízo.[50]

 

Finalizando...

 

Nunca devemos afirmar coisas do tipo: “o todo [de Gn 1] é poético e não se presta a exatas correlações científicas[51]; ou “... porém, se o vocábulo hebraico [mïn = espécie] tem sentido obscuro...”[52]; ou “o Gênesis não é um livro-texto para aprender Ciência ou História”.[53] De Gênesis ou de qualquer um dos 66 livros das Sagradas Escrituras.

A Bíblia é inspirada por Deus, por conseqüência, infalível, inerrante, preservada e suficiente; sendo autoridade em tudo aquilo em que se pronuncia, seja teologia, biologia, física, química, matemática, história, geografia[54]... especialmente em TUDO “o que diz respeito à vida e piedade, pelo conhecimento dAquele que nos chamou pela sua glória e virtude”.[55]

Devemos então proceder assim: “ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador”! “Escuta-me, pois, e eu falarei; eu te perguntarei, e tu me ensinarás”. “Faze-me saber os teus caminhos, SENHOR; ensina-me as tuas veredas”. “Abre tu os meus olhos, para que veja as maravilhas da tua lei”.[56] Então os nossos ouvidos: “ouvirão a palavra do que está por detrás de ti, dizendo: este é o caminho, andai nele, sem vos desviardes nem para a direita nem para a esquerda”!!!

Em segundo lugar, é muito importante analisar Gênesis 5-7, pois, escatologicamente falando, Jesus afirma que “como aconteceu nos dias de Noé, assim será também nos dias do Filho do homem” (Lc 17:24-30; Mt 24:37-39). E a repetição de tais uniões abomináveis em tal contexto futuro é mais do que provável (Dn 2:39-45; Ap 12:7-12; 18:1-5).[57]

 

De valor eterno é a compreensão de que o que ocorreu no Éden foi uma queda letal, não um tropeço (Rm 3:23; 5:12; I Co 15:21,22). E essa é que é a nossa herança (Gn 5:3,5; Rm 3:9-18)! E para não nos enveredarmos pelo mesmo caminho dos homens de Gn 6, e desta vez sermos destruídos pelo fogo (II Pe 3), precisamos reconhecer que não buscamos o bem e que não há nada de bom em nós (Is 64:6), que a salvação vem somente do Senhor Jesus (At 4:10-12), que somente pela graça somos salvos (Ef 2:8,9), que precisamos recebê-Lo e confessá-Lo (Jo 1:12,13; Rm 10:1-13). Daí em diante, devemos viver para Cristo, ‘o qual [nos] amou, e se entregou a si mesmo por [nós]! Até a hora em que vamos ‘encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor’, ‘que transformará o nosso corpo abatido, para ser conforme o seu corpo glorioso’... ‘e reinaremos sobre a terra’... ‘depois virá o fim, quando tiver entregado o reino a Deus, ao Pai, e quando houver aniquilado todo o império, e toda a potestade e força. Porque convém que [Cristo] reine até que haja posto a todos os inimigos debaixo de seus pés’.

 

Então ore assim:

 

“Tem misericórdia de mim, ó Deus, segundo a tua benignidade; apaga as minhas transgressões, segundo a multidão das tuas misericórdias. Lava-me completamente da minha iniqüidade, purifica-me do meu pecado. Porque eu conheço as minhas transgressões, e o meu pecado está sempre diante de mim. Contra ti, contra ti somente pequei, e fiz o que é mal à tua vista, para que sejas justificado quando falares, e puro quando julgares. Eis que em iniqüidade fui formado, e em pecado me concebeu minha mãe... Purifica-me com hissopo, e ficarei puro; lava-me, e ficarei mais branco do que a neve... Creio que Jesus Cristo é o Filho de Deus... [que] morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado, e que ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras, o qual é sobre todos, Deus bendito eternamente. Amém”. (Sl 51:1-7; At 8:37; I Co 15:3,4 Rm 9:5)

 

 

 

Concluído em 21/09/2003

Revisado em 10/2004

Revisitado em 01/2011

Revisitado em 01/2018

 


Revisão do texto: Mary Schultze

 




Só use as duas Bíblias traduzidas rigorosamente por equivalência formal a partir do Textus Receptus (que é a exata impressão das palavras perfeitamente inspiradas e preservadas por Deus), dignas herdeiras das KJB-1611, Almeida-1681, etc.: a ACF-2011 (Almeida Corrigida Fiel) e a LTT (Literal do Texto Tradicional), que v. pode ler e obter em BibliaLTT.org, com ou sem notas.



(Copie e distribua ampla mas gratuitamente, mantendo o nome do autor e pondo link para esta página de http://solascriptura-tt.org)


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[1] bíblico, batista! alex.iquitus@gmail.com

[2] Utilizamos como tradução da Bíblia Sagrada para escrever este artigo a Edição Corrigida e Revisada Fiel ao Texto Original (ACF) da Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil (SBTB) porque é a única a traduzir para o Português os textos (Texto Massorético – Velho Testamento e Textus Receptus – Novo Testamento sem nenhuma mistura com o Texto Crítico) que Deus prometeu que não só inspiraria inerrante como também preservaria inerrante até o seu retorno a este mundo como Rei e Juiz (ver I Cr 16:14,15; Sl 11:3; 12:6,7; 19:7-10; 33:11; 100:5; 102:12;  105:7,8; 111:7,8; 119:89,152,160; 138:2; Is 40:6-8; 59:19-21; Mt 4:4; 5:17,18; 24:35; Lc 4:4; 16:17; 21:33; Jo 12:46-49 ; I Ts 2:13; I Pe 1:23-25; Ap 22:18,19), e que de fato tem cumprido (para detalhes técnicos e análise histórica que comprovam que Deus tem cumprido o que prometeu ver: www.solascriptura-tt.org e www.esgm.org). E também utilizamos esta tradução porque ela utiliza o único método de tradução sancionado por Deus através da própria Bíblia Sagrada: o método da Equivalência Formal, ou seja, traduzir palavra por palavra buscando-se na língua que se esta traduzindo a palavra que tem o mesmo ou o mais aproximado significado das palavras nas línguas originais hebraico, aramaico e grego; e se necessário acrescentar algumas palavras para completar o significado, fato este devido a diferenças gramaticais, destacá-las no texto para que o leitor saiba que não estão escritas no original, porém nele subentendidas. Traduzir por Equivalência Dinâmica, ou seja, traduzir o pensamento de Deus, a “verdadeira” mensagem que Ele queria dizer em qualquer parte da Bíblia que estejamos lendo, além de ser uma audácia à mente Divina, como se Deus não soubesse ou não pudesse se expressar com clareza, concisão e objetividade, logo “precisando da ajuda” de tradutores, é principalmente contrário ao que é outorgado por Deus em Sua Santa Palavra (ver Dt 12:32; Pv 30:5,6; Ec 3:14,15; Is 55:6-11 com Sl 94:7-11; bem como as 404 vezes no VT onde aparece a expressão “Assim diz o Senhor”  e as 14 vezes no NT  onde aparece a expressão “diz o Senhor”).

[3] A não ser que seja explicitamente recomendado, a menção de um livro não configura aprovação do livro ou do autor, mas sim que naquele ponto do livro, à luz da Palavra de Deus, aquele comentário é bíblico. Sempre é bom proceder como ordenado na Bíblia (Is 8:19,20; Mt 23:1-12; Jo 5:39; At 17:10-12; I Ts 5:21).

[4] Para verificar a relevância de cear, não só para demonstrar graça ao hospedeiro, mas também para provar existência físico-corpórea, atentar para Lucas 24:36-49 onde Jesus “tomou, e comeu diante deles” um peixe assado e um favo de mel (inclusive cumprindo Isaías 7:15).

[5] Considerações adicionais sobre uma suposta união entre uma ‘linhagem piedosa de Sete’ e uma ‘linhagem mundana de Caim” verificar “Os filhos de Deus”, de Peter S. Ruckman (acessível em www.solascriptura-tt.org).

[6] Verificando as 289 passagens bíblicas sobre anjos e 129 sobre asas, não há associação entre ambos. Nem há anjas! A única referência a seres espirituais femininos não alude a “espíritos ministradores, enviados para servir a favor daqueles que hão de herdar a salvação”; muito pelo contrário.

[7] “Havia naqueles dias gigantes na terra”.

[8] Em especial atentar para o tamanho da cama de Ogue: cerca de 4m de comprimento por 1,8m de largura. Inclusive porque tal citação é feita como prova da vitória de Israel sobre os GIGANTES. Este pode ser o motivo (ou pelos menos um dos motivos)  pelo qual seja raríssimo encontrar gigantes hoje em dia (vv. 11 e 13). Maiores detalhes ver: PFEIFFER, Charles F. e HARRISON, Everett F. ed. Comentário Bíblico Moody (São Paulo: IBR, 1986), Págs. 169, 170.

[9] “... no programa Globo Repórter da Rede Globo de televisão, exibido em 18/02/2000, foi entrevistado o homem mais alto do Brasil. O nome dele é Denis Albino, 26 anos. Devido a um distúrbio hormonal, media 2,27 metros de altura e calçava 54”. J. Pedro M. Almeida, in “Glen Rose – Texas: evidências de homens e dinossauros contemporâneos” (artigo no site www.baptistlink.com/creationists).

[10] “... e também depois, quando os filhos de Deus entraram às filhas dos homens e delas geraram filhos...”

[11] Bem especificado pelo emprego do pronome demonstrativo ‘este’ no início da parte c.

[12] Wilbur Pickering, PhD. In: “Patógenos – origem e solução”, nota de rodapé 3 (artigo enviado em comunicação pessoal).

[13] Na verdade, não se pode falar é em perda total da ‘imagem de Adão’ (Gn 5:3; I Co 15:35-49; Ef 4:20-24; I Pe 1:17-25)

[14] Esta doutrina bíblica chama-se teologicamente de Traducianismo (lat. Tradux, ramo ou broto) que diz que herdamos de nossos pais tanto o corpo quanto a alma e o espírito. (comparar Gn 1:26 com 5:3; vt Gn 1:11, 12, 20-25, 28; 46:26; Sl 51:5; Jo 1:12, 13; Hb 7:4-10; referências quanto a solidariedade da raça humana e o pecado do 1º homem: Rm 5:12-14; I Co 15:21, 22; Ef 2:1-3). Opõe-se a esta doutrina a teoria de que Deus cria cada alma individualmente e a ‘envia’ para cada corpo concebido (entre a concepção e o parto), conhecida como criacionismo (citam em sua defesa Ec 12:7; Is 42:5; Zc 12:1; Hb 12:9). Para uma análise mais detalhada sobre o assunto: ELWELL, Walter A. ed. Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã. (São Paulo: Vida Nova, 1990), verbetes ALMA e HOMEM, DOUTRINA DO (‘retende o bem’!). Para uma interpretação correta das passagens citadas em defesa do criacionismo da alma ver: DAGG, John L. Manual de Teologia (São Paulo: Fiel, 1998), págs. 126-130.

[15] “... porque pelo fruto se conhece a árvore”. (Mt 12:33) Logo, não há nenhuma contradição com Nm 23:19.

[16] Sob hipótese alguma se está cogitando que Deus foi ‘pego de surpresa’, pois Ele é soberano e tudo decretou antes da fundação do mundo (Sl 33:6-11; Is 14:24-27; 46). Está-se valendo de linguagem ‘horizontal’ usada, por exemplo, no livro de Eclesiastes (1:1-11:8), bem caracterizada pela expressão ‘que se faz debaixo do sol’ para se dar a dimensão da gravidade de tal incidente, às vezes despercebida para muitos de nós. Até porque sabemos que para o Altíssimo “... todos os moradores da terra são reputados em nada, e segundo a sua vontade ele opera com o exército do céu e os moradores da terra; não há quem possa estorvar a sua mão, e lhe diga: que fazes?” (Dn 4:35). Maiores informações ver: FALCÃO, Samuel. Predestinação. (São Paulo: Casa Editora Presbiteriana, 1989), págs. 27-55 (publicado hoje com o nome “Escolhidos em Cristo”).

[17] Melhor seria se nossa ACF tivesse transliterado, uma vez que tal expressão existe em nosso idioma. Talvez tenha decidido pela tradução ‘inferno’ pelo fato de que depois do período grego clássico, ‘tartaro’ e ‘hades’ tenham se tornado quase sinônimo. (ver greciantiga.org)

[18] Guardando relação como a noção ‘popular’ de tal palavra, como os diversos relatos de dilúvio feitos por diversos outros povos. Só que aqui (em II Pe), como lá (em Gn 6), temos a precisão histórica, desprovida dos exageros mitológicos.

[19] Celso Cunha e Lindley Cintra. Nova gramática do português contemporâneo (Lexikon, 4 ed. 2007), págs.569-580

[20] Provavelmente a figura seja de uma hipérbole baseada numa metáfora (Olivier Reboul. Introdução à Retórica (Martins Fontes, 2 ed. 2004), págs 120-125).

[21] II Pedro 2:4 in: “John Wesley’s Explanatory Notes on de Whole Bible”, 1754-1765 (acessível em www.studylight.org), (grifo nosso).

[22] II Pedro 2:4 in: Barnes’ Notes on the New Testament (Albert Barnes, 1798-1870), acessível em www.studylight.org.

[23] “A extensa pesquisa de Paul Kahle tem demonstrado que a Septuaginta não existia antes do tempo de Cristo” David Cloud (concluindo a partir de “Forever Settled” de Jack Moorman). Essa crença em tal existência serve apenas para justificar o uso da equivalência dinâmica na tradução das Escrituras, elevar o grego a posição de autoridade quanto aos escritos do VT e justificar a inclusão dos apócrifos no VT. Em português, acessar “O caráter das Palavras de Deus...” de H. D. Williams (tradução Fábio Ramos).

[24] II Pedro 2:4 in “Commentary Critical and Explanatory on the Whole Bible”, 1871 (Jamieson, Fausset and Brown), acessível em www.biblesstudytools.com, grifo nosso). Todos 3 comentários gentilmente traduzidos pelo irmão Hélio de Menezes Silva.

[25] McSHANE, Albert e GOODING, A. M. S. Comentário Ritchie do Novo Testamento, vol. 15 (São Paulo: Edições Cristãs e Shalom Publicações, 1996), págs. 213-215.

[26] O fruto da relação anjos e mulheres morreu no dilúvio (II Pedro 2:5).

[27] Aqui tomada em seu sentido canhestro.

[28] Contra a principal contenção, a dissenso de alguns, que seria a questão da mobilidade, em decorrência de uma interpretação estática de II Pedro 2:4 e Judas 5 por parte deles, dos divergentes!!!

Acessível em “http://oimparcial.html5v3.fivepress.com.br/edicao/impressa/21912/08-01-2018.html”!!!

[29] J. Dwinght Pentecost nos oferece 12 provas infalíveis da identificação dessa ‘mulher’ com Israel (Manual de Escatologia (São Paulo: Editora Vida, 1998), págs. 306-311.

[30] O uso da palavra estrela(s) na Bíblia não se refere exclusivamente a corpos com luz própria no universo, mas também a anjos: Jó 38:1-8; Is 14:10-15; Dn 8:8-11; (provavelmente) Ap 1:20.

[31] Por que só a terça parte das estrelas do céu? Porque também há decretos de Deus quanto à eleição de anjos (I Tm 5:21).

[32] Acrescentar a similaridade entre a queda dos anjos e a queda de Eva: ambos viram... Não parece que alguém também chamou a atenção dos anjos para as filhas dos homens, assim como a atenção de Eva foi chamada para a árvore do conhecimento do Bem e do Mal?

[33] Emery H. Bancroft, D.D.(Teologia Elementar (Editora Batista Regular, 1989) págs. 315

[34] Usados com consentimento dos mesmos (Gn 4:7; Lc 11:14-28). Para corroborar, favor analisar as cerca de 61 referências a demônio(s) e 49 a Satanás na Bíblia.

[35] Pode-se inferir também que essa origem não é concomitante com a de Satanás. A deste ocorreu antes, entre Gn 2 e 3, uma vez que ele jubilava durante a criação (Jó 38:7) e andava no Éden já antes de tentar Eva (Ez 28:13).

[36] Nessa conta (713), o difícil é achar a idade de Jacó quando lhe nascera José: “Jacó gerou Jose quando tinha 91 anos de idade. Sabemos isto ao comparar várias partes de Gênesis. José compareceu perante o Faraó com 30 anos de idade (Gn 41:46). Jacó veio ao Egito nove anos depois (sete anos de fatura mais dois anos de fome, Gn 45:6). Nesta ocasião ele tinha 130 anos (Gn 47:9) e José 39 (30 + 9). Portanto, Jacó tinha 91 anos quando José nasceu (130 - 39)”. (William Waterson, da editora Sã Doutrina (www.sadoutrina.com), nos enviou essa pesquisa por e-mail).

[37] Para detalhes sobre as catástrofes provocadas pelo dilúvio: ‘Criação ou Evolução’ (Henry Morris, Editora Fiel, 1974) págs 53-83 e ‘E disse Deus...’ (Farid Abou-Rahme, Shalom Publicações, 2000) págs 93-118).

[38] Para não haver confusão entre revelação e salvação, como se estivesse falando em 3 métodos de salvar, deixemos bem claro: a salvação sempre foi pela fé. De Adão, na fé de que Deus dizia a verdade sobre a árvore do conhecimento do Bem e do Mal, atuando assim como seu Salvador (Gn 1:26,27; 2:15-17; 3:11 comparado com Jo 1:1-5; Cl 1:1-20; Hb 1:1-6). De Adão até Jesus, a salvação foi pela fé na vinda do Salvador, cumprindo a promessa feita em Gn 3:15 (Mt 3:8-12; Jo 8:51-59; Rm 2; 3:9,21-31; 4:10-16; Hb 11:13-16,36-40) De Jesus até os novos céus e terra, é pela fé de que Jesus é de fato nosso Salvador (Rm 10:8-10). Conclusão: a salvação sempre foi e é pela fé em O Salvador, o Senhor Jesus Cristo!

[39] Resumido e adaptado de Robert J. Brennan e David R. D. Correa. Profecias Messiânicas (Editora Batista Regular, 1989) págs. 53-57.

[40] Discorda-se dos autores neste ponto, pois a profecia proferida por Enoque refere-se, primariamente, às pessoas de seu tempo, dada a ele no tempo do nascimento de seu filho Matusalém. Judas a emprega como exemplo (e são muitos em sua curta epístola!) aos homens ímpios dos quais descreve o comportamento, similar ao da época pré-diluviana (vv. 5-8), comprovado pelo uso da partícula de inclusão ‘também’ no v. 14.

[41] Idem, págs. 57-60, também resumido e adaptado. Para leitura dos comentários de Arthur W. Pink ver www.pbministries.org

[42] Para constatação da originalidade da pontuação vocálica do TM ler artigo “Uma revisão e Observações sobre artigo de Peter Whitfield: uma dissertação sobre os pontos vogais hebraicos” de Thomas M. Strouse (acessível em www.solascriptura-tt.org), resenhando obra de 288 páginas, uma defesa colossal da preservação da integridade do TM. Em inglês, de John Gill, “A dissertation on the antiquity of the hebrew languages” (1767), acessível (PDF) em www.areopage.net/Gill.pdf, De John Owen, “Vindication of the Hebrew and Greek terms” (1659).

[43] Localizável em http://br.groups.yahoo.com/group/solascripturatt/message/1729, editada e enviada pelo irmão Humberto Fontes, aqui adaptada.

[44] Para uma análise bem detalhada ver a mensagem 5876 no mesmo grupo acima, “O Evangelho em Gênesis”, de autoria do pastor Chuck Missler (traduzido por Fábio Amarante), da qual discordamos apenas da nota 5 e da nota do tradutor, uma vez que o nome de Enos não tem que necessariamente designar o caráter de seu possuidor, mas com muito mais probabilidade, designa a situação em que a comunidade (neste caso o mundo) em que Sete estava inserido se encontrava. Este uso, sim, é verificado com freqüência nas Escrituras Sagradas (Gn 16; 35; I Sm 4; Is 8; Os 1).

[45] Já ‘desencaminhada’ desde os dias de Enos.

[46] Pela compreensão da origem dos demônios e do caráter missionário de Deus, podemos afirmar categoricamente que nem Pedro nem Judas mencionam a obra apócrifa de I Enoque. E daí? Podemos continuar usando como um dos fortes argumentos bíblicos contra as alegações católico-romanas pela inclusão dos apócrifos no Velho Testamento que nem Jesus, nem os apóstolos, nem os demais escritores do Novo Testamento mencionam NENHUM dos apócrifos nas mais de 350 referências que fazem ao VT. (Quanto a suposta menção, em Judas 9, do livro apócrifo Assunção de Moisés, leia-se o artigo “Apocalipse capítulo 11” de Peter S. Ruckman (acessível em www.solascriptura-tt.org), onde se compreende o verdadeiro ‘pano de fundo’ da questão aludida por Judas, e assim, descarta-se qualquer menção deste apócrifo também, reforçando nosso argumento).

[47] Não seria preciso necessariamente existir os filhos de Noé para que Deus se pronunciasse a ele mencionando-os. Para comprovar esse modo de proceder de Deus, vejamos o caso de Abrão, onde lhe promete que seria ‘uma grande nação’ sem que Sarai nem sequer estivesse grávida, sendo na verdade que, além de estéril, ela já havia entrado na menopausa (Gn 18:11). Similar também é o caso de Isaque (Gn 25:19-23).

[48] Mais um motivo para o nome de Noé estar na galeria de Hebreus 11, onde no v. 7 diz “... para salvação da sua família”, não porque ela já existisse, mas porque Deus assim lhe revelou!!!

[49] Mais recentemente, a Ciência, serva das Escrituras, por meio de seu ramo Tecnologia, veio corroborar nossa análise, no que muito nos regozija! Vide a Reportagem de 1ª Página do Jornal “O Imparcial” de 8 de janeiro de 2018, intitulada “Longe delas – Tornozeleiras eletrônicas usadas no combate à violência contra a mulher”!! (acessível em http://oimparcial.html5v3.fivepress.com.br/edicao/impressa/21912/08-01-2018.html)!!!

Contra a principal contenção, a dissenso de alguns, que seria a questão da mobilidade, em decorrência de uma interpretação estática de II Pedro 2:4 e Judas 5 por parte deles, dos divergentes.

[50] Os servos de Deus sofrem perseguição da parte dos homens (II Tm 3:9-12; I Pe 2:11-25) e do mundo (Jo 15:17-27), mas não de Deus (I Ts 5:1-11; Ap 9:19-21; 16:8-11,21; Sl 34:22; Gn 7; 19:12-29).

[51] Novo Dicionário da Bíblia (Editora Vida Nova, 1988), vol. I, verbete CRIAÇÃO, págs. 346,347. E tem mais: “...se admitirmos que o primeiro capítulo de Gênesis tem um estrutura artificial literária e que o mesmo não se abalança a prover um quadro da seqüência cronológica dos acontecimentos, mas tão somente asseverar o fato de que Deus foi Quem criou todas as coisas, então teremos evitado essas especulações”. [E assim, não só estaremos em boa companhia (Tiago 2:9), como também poderemos começar nossas devocionais pelo capítulo 2, evitando tantas confusões trazidas pelo 1 (I Coríntios 14:33)]!!!

[52] “... é igualmente verdade que os agrupamentos biológicos estão longe de ficar finalmente decididos” (idem). [É claro que sim, é só perguntar às mulas!!! [que são estéreis!!!]].

[53] El Libro de Génesis (Ernesto Trenchard y José M. Martínez, Editora Portavoz, Kregel Publications Grand Rapids, Michigan, EE.UU.) pág. 44

[54] A leitura do artigo on line “Aquele livro atordoantemente maravilhoso” é salutar e revigorante!

[55] Da inspiração à suficiência, passado pela iluminação e autoridade, favor ler: Pv 22:17-21;Is 8:19,20; Lc 1:1-4; Jo 20:30,31; Rm 1:16,17; Gl 1:8; II Tm 3:14-17; I Pe 1:1-25; II Pe 2; 3:15,16; I Jo 1:1-4; 2:27-29; 5:13; Ap 22:18,19.

[56] O problema é sempre ‘oftalmológico’; nunca textual! Por isso somos nós, e não o texto (que é lâmpada e luz), que precisamos de iluminação!

[57] Em associação com os seguintes artigos e livros, tal afirmativa (de repetição) explicaria a ‘indução’ proposta pela mídia à simpatia e aceitação a temas ligados ao vampirismo, vida extraterrestre, mutantes ... por meio da ‘avalanche’ de filmes, seriados, ‘documentários’...: “Encontros aproximado: uma explicação melhor” (www.solascriptura-tt.org); “Hipnose: porta para o ocultismo”; “Deuses e extraterrestres”; “Existe vida extraterrestre inteligente?” e os livros “A agenda secreta” e “Os fatos sobre OVNIs e outros fenômenos ‘sobrenaturais’” (www.chamada.com.br) e vário artigos no site www.espada.eti.br.



Somente use Bíblias traduzidas do Texto Tradicional (aquele perfeitamente preservado por Deus em ininterrupto uso por fieis): BKJ-1611 ou LTT (Bíblia Literal do Texto Tradicional, com notas para estudo) na bvloja.com.br. Ou ACF, da SBTB.